Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)
A palavra
startup, originária da língua inglesa, combina os termos: start (começar) e up (para cima). Assim, são compreendidas
como empresas que já nascem em ascensão, baseadas em inovação, disrupção e
escalabilidade — ou seja, com alto potencial de crescimento e alcance.
Historicamente, a
busca por soluções tecnológicas tem impulsionado avanços econômicos e sociais.
De acordo com uma pesquisa recente da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) - disponível em https://www.oecd.org/en/publications/oecd-science-technology-and-innovation-outlook_25186167.html-, há forte presença das universidades na gestação e
incubação de startups. O estudo revela que, a cada dez iniciativas do tipo nos
países da OCDE, sete são fundadas por acadêmicos.
Essas startups
acadêmicas representam uma oportunidade única de transformar descobertas
científicas em soluções de mercado, com amplo impacto social. Conforme os dados
divulgados, entre 2010 e 2021, essas empresas tiveram 70% mais chance de obter
financiamento e apoio por meio de programas de assistência, como aceleradoras e
incubadoras. O valor gerado por essas empresas equivale quase ao Produto
Interno Bruto (PIB) de uma economia do G7 – grupo formado por Canadá, França,
Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Em 2021, os
investimentos em startups superaram US$ 600 bilhões. O número de “unicórnios” —
startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão — já ultrapassa mil e segue
crescendo. Nesse cenário, o Estado busca protagonismo com o Programa Ceará Mais
Digital. A Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag-CE), em parceria com a
Fundação Demócrito Rocha e a Casa Azul, realizou concurso para premiar startups
que tivessem como foco a governança interfederativa e a inteligência artificial.
O objetivo era
selecionar soluções práticas para adoção e compartilhamento com os municípios
cearenses. Das nove startups selecionadas, três foram premiadas. A campeã, Sued
– Ficha Técnica, criou uma plataforma digital para o processo de produção e
consumo de alimentos, aplicada ao Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE), que beneficiou, em 2024, cerca de 150 mil escolas e 40 milhões de
estudantes.
A segunda
colocada, Acqualog, desenvolveu sensores para monitorar a qualidade da água. O
terceiro lugar ficou com a 4Eduaction, que criou jogos educativos e desafios
para o ensino médio.
As três soluções
têm alto potencial de aplicação prática e estão sendo preparadas para um
processo de aceleração e escala, com acompanhamento de desempenho e avaliação
de impacto nas políticas públicas.
(*) Mestre em
Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e
Planejamento do Eusébio-Ceará.
Fonte: O Povo, de 12/06/25. Opinião. p.17.
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