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terça-feira, 2 de setembro de 2025

QUANDO A SAÚDE VIRA ALVO

Por Maurício Filizola (*)

No Brasil, os caminhos que deveriam levar à cura estão sendo desviados. E não por falta de ciência, tecnologia ou vontade de viver — mas pela ação de criminosos que descobriram, nos medicamentos, uma nova mina de ouro. O roubo de cargas não é apenas um problema logístico ou financeiro. É uma ameaça à saúde pública, um golpe direto no que temos de mais sagrado: a vida.

Criminosos têm visado caminhões que transportam medicamentos — e também farmácias, focando especialmente nos produtos de alto custo, como os termolábeis, que exigem refrigeração constante. Uma vez fora do sistema regulado, esses produtos perdem eficácia, ganham risco e deixam de ser cura para se tornarem veneno.

Imagine uma mãe comprando um antibiótico para o filho com febre alta, sem saber que aquele frasco passou dias sob o sol — ou pior, foi adulterado. Ou o idoso que, com dificuldade, adquire um remédio para o coração em um ponto de venda clandestino, acreditando ter feito um bom negócio. É a saúde escorrendo pelo ralo da desinformação e da falsa economia.

Os prejuízos financeiros existem, claro. Distribuidoras aumentam os custos com segurança, os preços sobem, e todos pagamos mais caro. Mas o maior prejuízo não se mede em dinheiro: está no risco que cada frasco roubado carrega, na fragilidade de um sistema que tenta manter a confiança da população.

É por isso que, mais do que nunca, precisamos reforçar um valor simples, mas poderoso: confiança. E onde ela mora? Nas farmácias que você conhece. Naquele balcão onde é chamado pelo nome, onde o farmacêutico conhece seu histórico, orienta, confere, cuida.

Não é exagero dizer: farmácia é extensão da casa de quem cuida da saúde.

Tudo começa com a prescrição médica correta — um diagnóstico bem feito — e segue com a escolha do local onde o medicamento será adquirido. Comprar medicamentos só em farmácias autorizadas é mais do que precaução: é uma escolha ética. É um pacto silencioso com a vida. E quando você opta por aquela farmácia onde já construiu relacionamento, onde o atendimento é humanizado e o cuidado e acolhimento é contínuo, você está dizendo: Eu escolho Segurança. Eu escolho Saúde.

A Anvisa e as Vigilâncias Sanitárias fazem sua parte com fiscalização. As distribuidoras investem em rastreamento, escoltas, análise de risco. Mas a barreira mais poderosa contra o crime ainda é a consciência coletiva. A farmácia de confiança é o último elo — e o mais próximo da população. Ela merece ser valorizada.

Como farmacêutico e empreendedor, vejo de perto os efeitos da criminalidade nesse setor. Mas também vejo, com esperança, a força de um relacionamento construído ao longo dos anos entre farmácia e comunidade.

É nesse vínculo que mora a verdadeira proteção.

(*) Diretor da Confederação do Comércio. Articulista de O Povo.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 2/08/25. Opinião, p.17.


domingo, 23 de fevereiro de 2025

Morre o Doutor Pinho, descobridor do calazar no Ceará

Felizardo de Pinho Pessoa Filho nasceu em 1918, em Viçosa do Ceará. Foi responsável pela descoberta dos primeiros casos de leishmaniose visceral em pessoas e animais na região da Ibiapaba e no Piauí.

Morreu no final da manhã de ontem o Doutor Pinho. Farmacêutico, sanitarista, cientista, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Viçosa do Ceará, que completaria 107 anos em 26 de abril próximo, ele foi o responsável pela descoberta e tratamento dos primeiros casos de calazar no Ceará e no Brasil a partir de 1946. Felizardo de Pinho Pessoa Filho montou, com recursos próprios, um hospital de campanha para cuidar e atalhar a morte de pacientes cearenses e piauienses infectados pelo flebótomo, mosquito vetor da leishmaniose visceral ou esplenomegalia tropical.

Doutor Pinho faleceu lúcido e consciente em uma UTI do hospital Otoclínica depois de complicações derivadas de um trombo e a perda das funções renais. Por último, segundo o advogado César Pinho, um dos filhos do farmacêutico, o pai pediu que cuidassem da esposa – Maria Lúcia Fontenele de Pinho Pessoa, de 90 anos de idade.

Nas últimas horas de papai, ele pediu a presença dos filhos e da mamãe. Pediu que cuidássemos e não deixasse faltar carinho e afeto pra ela. Disse que a amava e pediu que não soltássemos a mão um do outro. E falou que sabia que tinha chegado a hora dele. Foi uma sensação triste, mas é o início de uma grande saudade”, afirmou César Pinho.

O velório do corpo de Doutor Pinho será iniciado ainda neste sábado em Fortaleza, a partir das 18 horas, na Funerária Ethernus (rua Padre Valdevino, 1.688, Aldeota). Depois de uma missa, às 21 horas, o corpo seguirá para Viçosa do Ceará. Na manhã de domingo, 23, a partir das 9 horas, haverá o segundo velório na cidade onde o sanitarista nasceu, em 26/4/1918. Às 17 horas, será sepultado no município da Chapada da Ibiapaba.

Em agosto de 2021, Doutor Pinho foi personagem das Páginas Azuis de O POVO. Em entrevista por videoconferência, por causa das restrições de distanciamento da covid-19, o descobridor do calazar no Ceará contou como atravessou a pandemia entre 2020-2021. E também como sobreviveu à pandemia da Gripe Espanhola (1918-1920) e muitas mazelas, àquela época ainda com 103 anos de existência.

Doutor Pinho, que dá nome a uma cachaça fabricada em Viçosa do Ceará, até poucos meses atrás tocava piano e ainda se aventurava em manipular algumas fórmulas em seu laboratório particular. Nas Páginas Azuis, ele revelou também como cientistas de São Paulo furtaram a pesquisa, dados, fotos e prontuários de 18 pacientes contaminados pelo calazar. Aqueles haviam sido os primeiros casos da doença do Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/02/2025.


sábado, 17 de agosto de 2024

PIADAS: Curtas e Boas

Na Farmácia:

Velhinho: - Tem Viagra?

Funcionário: - Sim. Quantos o senhor deseja?

Velhinho: - Seis pastilhas. Mas corte-as em quatro pedacinhos cada.

Funcionário: - Posso cortá-las, mas… isso não vai lhe dar uma ereção completa.

Velhinho: - Não quero uma ereção completa, é só pra levantar um pouquinho e não fazer xixi no chinelo.

No Pediatra:

O homem leva o filho ao pediatra:

- Doutor, o meu filho já tem seis meses e ainda não abriu os olhos!

- Abra os olhos você! Este menino é filho de japonês!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.Pia

domingo, 9 de maio de 2021

DOUTOR PINHO E O “MAL DO BUCHÃO”

 


Por Demitri Túlio, jornalista de O Povo

Há um ser humano lendário no Ceará que completou 103 anos na semana passada. Doutor Pinho. Lúcido, ele é o personagem principal da história da descoberta do calazar no Estado. Ele notificou, diagnosticou e tratou de pacientes em Viçosa nos anos quarenta

Felizardo de Pinho Pessoa Filho fez 103 anos há cinco dias. Vivinho da Silva é desses fenômenos no Brasil, covidário do mundo, resistentes em meio a 400 mil mortes. Benza-se a vida.

Por fortuna, já tomou as duas doses das vacinas. É um longaevus, define o dicionário.

Não fosse a idade cronológica, sem exagero, o doutor Pinho estaria na linha de alguma frente contra o coronavírus.

Doutor Pinho, falei com ele há algumas semanas por videoconferência, derrama abundância.

E é acreditação dele só ter passado dos 100 anos porque teria feito um pacto pelo viver alheio. Futurou permanência.

É um desses sanitaristas imprescindíveis à Terra.

Imagine aí, as matas ainda mais fechadas de Viçosa do Ceará nos anos quarenta e uma praga a matar caboclos e indígenas na Ibiapaba.

Em 1944, identificou um casal de idosos. Em janeiro de 1946, achou o segundo caso. E em fevereiro do mesmo ano, o terceiro doente com calazar

Foi o farmacêutico, único doutor num arrabalde sem hospital que descobriu, diagnosticou e tratou dos primeiros pacientes contaminados pelo calazar no território cearense.

A leishmaniose visceral, uma varíola canina, foi investigada na marra e no idealismo do rapaz de família rica da Serra Grande. Eram donos da primeira botica medicinal de Viçosa, única farmácia.

Verdade se diga, o avô de dr. Pinho - o major Felizardo, também farmacêutico e pai de outro farmacêutico - numa carta, em 1909, a um irmão citava um "mal do buchão" que vinha matando desvalidos.

Doutor Pinho, ele me contou com riquezas de recordações, que, a cavalo, foi investigar no entorno da lendária mina da Pedra Verde a incidência de uma peste que vinha colecionando óbitos fora do radar do precário "sistema" sanitário do Estado.

Só um parêntesis. A exploração da mina de cobre, lembra o protozoologista cearense, seria a origem do problema. Uns ricos capitalistas daqui e da França desmataram onde não era para desflorar e cavaram a cova dos outros.

Uma ganância, datada do meio para o fim dos 1800, que virou briga de morte entre o Barão da Ibiapaba e os Boris Frères. 

Mexeram no habitat do mosquito-palha ou dos flebotomíneos (Lutzomyia longipalpis). Um inseto, a fêmea principalmente, hospedeiro do protozoário espalhador do calazar.

Os caboclos que, miseravelmente, trabalhavam na mina de cobre começaram a fazer habitações precárias no entorno do "trabalho". E assim, viraram alvo das picadas do mosquito-palha e tiveram o corpo se desmanchando pela doença.

Um galpão de um dos casarões da família, em Viçosa, foi transformado em "hospital". Noutro compartimento, a família dos pacientes se alojava com uma trempe, carne e cereais doados pelo sanitarista

Doutor Pinho notificou o surto de leishmaniose visceral em Ubari, Passagem da Onça e Lagoa do Barro Timbaúba, no distrito de General Tibúrcio e Boqueirão do São Gonçalo no distrito de Oticicas.

Em 1944, identificou um casal de idosos. Em janeiro de 1946, achou o terceiro caso. E em fevereiro do mesmo ano, o quarto doente com calazar.

O menino Francisco Silva, de três anos, ainda é memória. Cabelos caindo, ventre aumentado, glândulas altamente exageradas. Não resistiu e parte de seus órgãos foram colhidas e analisadas pelo farmacêutico.

Como sabia francês e as novidades vinham de lá para a farmácia do pai, doutor Pinho comprou equipamentos de parasitologia e identificou os protozoários do calazar.

Um galpão de um dos casarões da família, em Viçosa, foi transformado em "hospital". Noutro compartimento, a família dos pacientes se alojava com uma trempe, carne e cereais doados pelo sanitarista. Arranchavam-se enquanto o tratamento durasse.

Na primeira leva, 18 pacientes e a coisa foi aumentando...

A história é longa e mais generosa ainda. Depois, contarei mais. Doutor Pinho, como não encontro o adjetivo que o mereça, vou ficar no clichê: o senhor é uma lenda e agradeço a honra de ter ouvido parte de sua sagarana.

Fonte: O Povo, 2 de maio de 2021. Crônicas. p.34.


sábado, 4 de abril de 2020

O DIA DOS MIL MORTOS


Por Marcus Vale (*)
Em meu confinamento, devido ao novo Corona vírus (Covid-19), achei que seria interessante lembrar (na verdade, para uma grande parte de nosso povo, o verbo mais correto seria informar) que já passamos por algo catastrófico, em Fortaleza, no final do Século XIX se estendendo para o Século XX.
Foi durante a grande seca de 1877. Fortaleza ficou abarrotada de sertanejos fugindo da seca. Dos 130.000 habitantes, 110.000 (84%) eram de flagelados. Ficaram alojados precariamente na periferia da cidade, sem a menor condição sanitária e alimentando-se muito mal. Todas as condições propícias a uma epidemia. E a Varíola foi a peste da vez.
Em outubro de 1878 foram contabilizados 5.000 casos que resultou em 592 mortes. Em novembro, calculava-se 40.000 doentes com 9.721 mortes. O mês de dezembro teve uma média de 500 mortos diários. Mas não se pode esquecer do dia 10 de dezembro de 1878 em que Fortaleza teve 1.004 mortos que tiveram de ser enterrados em vala comum. Os coveiros disputavam seu espaço de trabalho com os urubus. Calcula-se que a cidade perdeu por volta de um quinto de sua população. Fosse hoje, equivaleria a mais de 500.000 pessoas, considerando nossa atual população de 2.600.000 habitantes.
Assim como chegou, a Varíola se foi. Mas em 1900, quando mais uma seca assolou o Ceará, a Varíola voltou com força total. Aqui começa a história que quero contar cujo personagem central é Rodolpho Theóphilo.
Nosso herói foi um farmacêutico, intelectual, escritor (28 livros), inventor da cajuína, membro e um dos presidentes da academia literária Padaria Espiritual, divulgador científico (essa é minha visão), abolicionista, entre outras qualidades. Na linguagem atual, poderia ser classificado com um ativista social.
Rodolpho nasceu em 1853, em Salvador (por acaso) onde passou apenas alguns dias quando voltou para Fortaleza com seus pais, o médico cearense Marcos José Theóphilo e sua mãe baiana Antônia Josefina Sarmento. Seu pai teve um grande protagonismo sanitário no Ceará pois era um dos poucos médicos com quem o governo contava para combater as frequentes epidemias que o estado sofreu, entre elas a Febre Amarela, a Cólera e a Varíola.  Marcos morreu pobre e endividado aos 43 anos deixando desamparados a viúva, D. Guilhermina, madrasta de Rodolpho e irmã de sua mãe e mais cinco filhos, sendo Rodolpho o mais velho.
Com muita dificuldade, Rodolpho conseguiu um emprego e concluiu seus estudos. Assim como seu pai, Rodolpho também estudou em Salvador onde formou-se em Farmácia na Faculdade de Medicina da Bahia. Voltou da Bahia formado em 1875 e, com a ajuda de amigos de seu pai, montou farmácia em Pacatuba e depois em Fortaleza. Casou-se com D. Raimundinha Cabral, filha de um comendador de Pacatuba.
Em 1900, Rodolpho estava em férias na Bahia quando foi informado sobre a nova epidemia de Varíola em Fortaleza. Aproveitando sua presença em Salvador, conseguiu aprender a fazer a vacina e a vacinar. Em seguida, comprou todos os equipamentos necessários para fabricar a vacina e dois bezerros e os trouxe para Fortaleza, desembarcando na cidade em 6 de dezembro daquele ano.
Iniciou o processo de inoculação dos bezerros tendo 3 insucessos até que concluiu que o material trazido da Bahia estava inativo. Conseguiu, de um conhecido de São Paulo, um novo material e, 3 dias depois da inoculação, as pústulas da doença atenuada apareceram nos animais.
No início de 1901, Rodolfo anunciou seu feito e convidou a população a se vacinar em sua própria residência, na Rua Visconde Cauhype, número 4, hoje Avenida da Universidade. Havia transformado sua casa em vacinogênio. Sem nenhuma ajuda do governo, em 4 meses Rodolpho vacinou 1.200 pessoas da cidade. Entretanto, a população da periferia não atendia seu chamado. Em agosto, Rodolfo comprou um cavalo e diariamente cavalgava até os subúrbios para vacinar as pessoas. Encontrou muita resistência.
Rodolfo era um homem alto, magro e de longa barba, que costumava usar uma comprida casaca preta. Conta-se que a primeira vez que apareceu por detrás das dunas a oeste da cidade, montado em um cavalo branco, chegou a ser comparado pelas pessoas daquelas favelas com o Cavaleiro do Apocalipse. Lira Neto, em seu livro “O Poder e a Peste – A Vida de Rodolpho Theóphilo”, descreve o episódio assim: “Quando se soube que ele estava vindo para vacinar os moradores daquele lugar, foi uma correria sem fim. Mães pegaram filhos pequenos ao colo e desabaram a correr, aos gritos, aterrorizadas. Outros meninos de toda idade e tamanho, fugiam por conta própria, aos pinotes, olhos arregalados, taboleiro afora”. Corria entre eles a ideia de que a vacina era uma desculpa que o governo inventara para acabar com os pobres e que Rodolfo era a própria peste disfarçada de gente.
Mas Rodolpho não desistiu. Para convencer aquela gente usava 3 métodos. Primeiro contava histórias fantásticas que envolviam santos como o Santo Jenner, na verdade o inglês inventor da vacina que, em sua história, aconselhava a todos aceitarem a vacina. Um segundo método era ameaçar os renitentes com multas pesadas que, na verdade, ele nem poderia aplicar pois não era agente do governo. Às vezes funcionava e às vezes não. Aí entrava o terceiro método. Pagava para vacinar. Tudo por sua conta.
O governo do oligarca Antônio Pinto Nogueira Accioly, passou a persegui-lo, acusando-o de desmoralizar as autoridades. Assim, perdeu sua cátedra no Liceu, foi acusado de charlatão, tendo sua cajuína e seu estabelecimento farmacêutico boicotados, entre outras coisas. Mesmo sob essas condições, vacinou pessoalmente, milhares de pessoas. Em 1902 não foi registrado um só caso de varíola na capital cearense. A Varíola estava extinta em Fortaleza.
Após anos sob pressão e para se defender, em 1907, Rodolpho enviou uma amostra de sua vacina para a avaliação do Instituto Manguinhos, atual Fiocruz, no Rio de Janeiro. A resposta chegou cheia de elogios à qualidade da vacina cearense.
Rodolpho Theóphilo, o Varão Benemérito da Pátria, continuou a vacinar, sem descanso, até próximo de seu falecimento, em 1932.
Fortaleza, 30 de março de 2020
(*) Professor do aposentado do Curso de Farmácia da UFC. PhD pela Universidade de Oxford. Coordenador do projeto Seara da Ciência da UFC.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

MEDICAMENTO: um bem social


Por Ana Cláudia de Brito Passos (*) e Paulo Sérgio Dourado Arrais (**)
Hoje a grande maioria da população brasileira pode ter acesso a medicamentos para tratar doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e asma, diretamente no Sistema Único de Saúde (SUS) ou junto à Farmácia Popular e no “Aqui tem Farmácia Popular” (rede privada credenciada ao SUS). Neste último, outros medicamentos também podem ser obtidos a preço de custo, como os para tratar colesterol alto, dor, febre, inflamações e infecções.
Os medicamentos presentes na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais são selecionados com base na eficácia e segurança demonstradas em pesquisas clínicas realizadas em seres humanos. Sua prescrição e utilização devem respeitar princípios essências da Organização Mundial da Saúde (OMS) que garantem o uso racional de medicamentos e que devem ser adotados por todos os profissionais de saúde: “Os pacientes recebem o medicamento adequado às suas necessidades clínicas, nas doses correspondentes a suas necessidades individuais, durante um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles e para a comunidade”.
Para que o paciente obtenha o máximo de proveito do tratamento recomendado, ele deve informar sobre alergias a medicamentos e uso de outros produtos, no momento da consulta. Ele deve ainda seguir todas as informações e orientações dos profissionais da saúde, incluindo o farmacêutico, que é responsável pela dispensação dos medicamentos na Farmácia, e deve comunicar qualquer problema relacionados ao seu uso (efeitos adversos).
Hoje, 5 de maio, celebra-se o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. O Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM), do curso de Farmácia da UFC, estará desenvolvendo atividades educativas para população nos campi do Porangabuçu e Benfica, bem como estará participando, em parceria com outras instituições, de uma ação de saúde na praça Coração de Jesus no dia 11 de maio, das 8 às 12 horas com orientações à população. Ressalta-se ainda que o GPUIM disponibiliza o Centro de Informações sobre Medicamentos (33668293) para tirar dúvidas e esclarecer sobre os cuidados que devemos ter com o uso e armazenamento dos medicamentos.
(*) Farmacêutica do Centro de Informação sobre Medicamentos da UFC.
(**) Doutor em Saúde Pública e Professor da UFC.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 5/05/2018. Opinião. p.19.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Defesa de Tese em Ciências Farmacêuticas (UFC) da Profa. Eneida Porto



Flagrante da banca examinadora durante a defesa de tese da Profa. Maria Eneida Porto Fernandes Da esquerda para a direita, figuram os docentes Maria Angelina da Silva Medeiros, Mirian Parente Monteiro, Paulo Sérgio Dourado Arrais, Marta Maria de França Fonteles e Marcelo Gurgel Carlos da Silva.

(Foto cedida por Paulo Arrais).
Aconteceu na manhã de ontem (27/03/18), na Universidade Federal do Ceará, mais uma defesa de tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Ceará.
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Paulo Sérgio Dourado Arrais, Marta Maria de França Fonteles, Mirian Parente Monteiro, Maria Angelina da Silva Medeiros e Marcelo Gurgel Carlos da Silva, aprovou a Tese “Automedicação no Brasil: dimensões de uma prática”, apresentada pela doutoranda MARIA ENEIDA PORTO FERNANDES, orientada do Prof. Dr. Paulo Sérgio Dourado Arrais Sampaio.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do Doutorado em Saúde Coletiva- PPSAC UECE

quinta-feira, 23 de junho de 2016

JOÃO SEMEDO


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
Parece título para conto de aventura infantojuvenil, mas não é. João Curvo Semedo foi médico notável no período barroco (século XVII)  português. Formado na Universidade de Coimbra em 1662, suas receitas combinavam os princípios hipocráticos e galênicos com a alquimia (dos remédios polivalentes, físicos e morais) e a magia, então vigentes desde a fundação das universidades, no século XIII. Exceleu na Clínica, e pioneiramente no emprego de medicamentos químicos, usando amiúde (com frequência) a quina, o mercúrio, e o antimônio.
Este fora inventado por um facultativo (médico) espanhol, e popularizado como remédio secreto, os “Pós de Quintiliano”. Em 6/2005, Murilo Martins, comentando uma comédia de Molière, referiu-se a um monge beneditino que ministrava sais desse metal a porcos, causando-lhes obesidade; experimentando-os em monges desnutridos, estes logo faleciam. Portanto, a palavra antimônio seria originária do vocábulo “anti-monk”, ou antimonge! (“Literapia” 12:39-40). Modernamente, o antimônio é usado na Leishmaniose (N–metil glucantine).
João Semedo revelou-se igualmente como introdutor das meizinhas no Portugal seiscentista. Para outro pesquisador cearense, professor Edísio Tavares, essas mezinhas eram comercializadas pelas boticas (farmácias àquela época) como folhas, flores, raízes, cascas e extratos fluidos (“Remédios antigos. Uma breve história da Farmacoterapia”. Anais da Academia Cearense de Medicina, IX, no. 9, 05/1998 – 05/2000. A propósito, lembramos nosso artigo “Chás.com”, O POVO, 10/9/2008).
Além desses simples, i.e., plantas medicinais em estado natural, o fetichismo então predominante incentivava o culto de entidades espirituais supostamente representadas por insetos, sapos, peles de crocodilos, excrementos, urina de cavalo, sangue menstrual, casca de ovo, penas de avestruz. Ainda consoante Tavares, E, no século XVII coube a Robert Boyle expurgar a farmacopeia inglesa dessas substâncias, mas o mesmo conservou como útil “sola de sapatos velhos gastos por longas distâncias” (lírico!). Curiosamente, no seu “Vocabulário Português e Latino”, Coimbra, 1712, Rafael Bluteau listou a palavra “mesinheiro” como equivalente a médico. Outros sinônimos seriam físico, pulsista, homicida tolerado, assassino impunido, árbitro dos mortais!
Este atraente tema pode ser visitado com mais vagar nas obras dos cearenses Josa Magalhães, Eduardo Campos, Florival Seraine, e do soteropolitano (baiano) Fernando São Paulo, lente (professor) de terapêutica naquele estado (“Linguagem médica popular no Brasil”, 2 vols., Editora Itapuã, Salvador, 1970). Ecoando seu tempo, Semedo, adepto da magia, professava a teoria dos humores, atribuída a Hipócrates, Galeno (?), ou Políbio, sobrinho e aluno daquele. Tais líquidos corporais, daminhos, seriam o sangue, a bile amarela, a fleuma (flegma, ou pituita), e a bile negra, ou atrabílis.
Destarte, o dr. João Curvo Semedo influenciou deveras a medicina ulissiponence (de Ulissipo, hoje Lisboa). De sua obra (nove volumes) ficou mais conhecida “Polianteia Medicinal”, de 1680. Denotando a típica ingenuidade, ou singeleza da língua lusitana, seu livro derradeiro foi intitulado “Atalaya da vida contra as hostilidades da morte”. Faço ponto aqui. Parece “paresse” (preguiça em francês), mas não é.
(*) Professor Emérito da UFC. Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo, Opinião, de 25/5/2016. p.10.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

REMÉDIOS TROCADOS

Entra um senhor desesperado na farmácia e grita:
- Rápido, me dê algo para a diarreia! Urgente!
O dono da farmácia, que era novo no negócio, fica muito nervoso e lhe dá o remédio errado: um remédio para nervos. O senhor, com muita pressa, pega o remédio e vai embora.
Horas depois, chega novamente o senhor que estava com diarreia e o farmacêutico lhe diz:
- Mil desculpas senhor. Creio que por engano lhe dei um medicamento para os nervos, ao invés de algum remédio para diarréia. Como o senhor está se sentindo?
O senhor responde:
- Cagado... mas tô tranquilo.
Moral da História: "POR MAIS DESESPERADORA QUE SEJA A SITUAÇÃO, SE ESTIVER CALMO, AS COISAS SERÃO VISTAS DE OUTRA MANEIRA".

sábado, 27 de junho de 2015

Palestra: Fundamentos de Farmacoeconomia


A Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem - UFC, por meio do seu Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), realizou, de 24 a 26 de junho de 2015, no Auditório do Seara da Ciência, no Campus do Pici, o I Encontro do PPGCF.
Na manhã de ontem, dia 26 de junho de 2015, como parte da programação oficial, e na qualidade de professor convidado, apresentei a PalestraFundamentos de Farmacoeconomia”.
Um grande público, especialmente composto por docentes e alunos do PPGCF e do Curso de Farmácia da UFC, participou do evento.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor Titular do PPSAC-Uece

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

POSSE NA ACADEMIA CEARENSE DE FARMÁCIA



Ontem, 17 de dezembro de 2009, em Sessão Solene da Academia Cearense de Farmácia (ACF), ocorrida no Ideal Clube, em Fortaleza, fui empossado como “Acadêmico Honorário” da Academia Cearense de Farmácia”, título para o qual fui eleito, por unanimidade, na 294ª Sessão Ordinária da ACF, de 12 de fevereiro de 2009, em reconhecimento da expressividade intelectual, e como forma de promover a valorização da Farmácia no Ceará, com recebimento de Diploma e Medalha outorgados por esse sodalício.
 

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