domingo, 8 de maio de 2016

CAUSO CAPIXABA


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Em 1986 governava o Ceará, e houve um grande inverno no Estado, não sendo necessário, portanto, utilizar os aviões da FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia) para provocar chuvas. Por outro lado, o Estado do Espírito Santo estava sofrendo com uma estiagem significativa, gerando problemas para a população e também para as atividades produtivas.
Sabendo do domínio da tecnologia de “fazer chover” pela equipe técnica cearense, coordenada pelo competente Dr. Zaranza, e que naquele momento as aeronaves não estavam operando, fui procurado pelo prezado amigo Gerson Camatta, então governador do querido povo capixaba. Solicitou-me a cessão de um avião para bombardear nuvens.
Acolhi com boa vontade e solidariedade o pedido, e disse-lhe que redigiria um convênio para assinarmos por se tratar de uma operação de risco e relativamente dispendiosa (seguro e manutenção do avião, despesas com pessoal e material, combustível, etc.). Ele concordou, minha assessoria elaborou o documento e fui a Vitória para solenidade de assinatura do convênio.
A imprensa divulgou amplamente. O “Bandeirante” da FUNCEME seguiu um dia antes da minha chegada, sob o comando dos excelentes pilotos Mauro Weyne e Arnaldo Escóssio. Fizeram apenas um sobrevoo na Capital, nenhuma ação operacional, e foram para o Hangar.
Logo depois caiu um verdadeiro “toró”. Ao chegar no aeroporto de Vitória, no dia seguinte, havia uma bonita faixa: “São Pedro chegou  ao Espírito Santo”. Olhei para o Camatta e disse-lhe: Amém. Rimos e fomos assinar o convênio no Palácio do Governo.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias, de 22/4/16

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