Por jornalista Tarcísio Matos
Com
certeza irás errar!
Lequinha aperreada do juízo é assim, tudo denuncia.
Mãos tremem, suor frio lambe-lhe o rosto macilento, crôa da cabeça coça de lá
pra cá, gases são liberados sem ela o saber e o aguentarmos. Não diz coisa com
coisa.
Naquele sábado bem cedo, o que tanto e tanto mais
lhe perturbava, a ponto de deixar três panelas de feijão verde pegar fogo?
Praticamente sem falar, assoviava apenas. Sentada em frente do macho véi há pouco
fisgado no Iguape, pinguço conhecido, Lequinha reúne força e consegue verberar,
aos sopapos:
- A Marli... minha irmã... desde ontonte... não dá
notícia... não consigo... falar... com ela... foi... prum velório!...
Altenor Kapado, o bebinho alheio, passa o dorso da
mão nos beiços e diz:
- Tua irmã é a morta ou foi só fazer uma visita ao
de cujo?
“Dessas fulerage que
não engulo”
E o Murilo Cocão reapareceu. Para dar continuidade
à série de “Queixas indagativas, direi inolvidáveis”, que tratam de coisas e
loisas que invocam. Ei-las:
- Preclaro jornalista, qual a mensagem do Consórcio
de Peitos que as mulheres do João XXIII pagam para formar um banco de silicone,
se eu não for amamentado por meia dúzia deles (peitos)?
- Pra que diabo serve uma agência de risco lá de
fora, se qualquer fí duma égua aqui pode fazê-lo com um carvão, na calçada ou
no asfalto?
- Por falar em sustentabilidade, já está em
condições de ficar de pé aquele repórter que tanto fala de gases estufa?
- Matemática não será o oposto de Vivemática?
- Dá pra acreditar num jovem que gazeia aula de
hidroginástica?
- Será loucura o carteiro João Matuto deixar
recados com a minha secretária de carne e osso, a Maria Boaventura, sob a forma
de beliscões na bunda dela?
- Grão de bico será um testículo pontiagudo?
Arremata Murilo Cocão com a prudência da oiticica,
letralmente falando:
- Antes lidar com os inimigos! Um caba acolá, que
se dizia meu amigo, ouviu quando falei que tive a adolescência castrada e andou
boatando que eu era capado.
- Algas marinhas não podem ser confundidas alguns
Marinhos.
- Se virem duas ou mais pessoas falando de hospital
- e apenas deste assunto - numa roda de conversa, por horas, desconfiai se um
deles espirar: não são médicos, mas doentes da coluna!
Historinha nojenta do
compadre Erlon
“Respondendo à sua indagação, chama-se Tonho o
sujeito que ficou 20 dias sem defecar. No auge do desespero, atendendo à
rogativa da mãezinha, fez força descomunal e o troço, por gigante, enganchou no
reto, estacionariamente. Não entrando nem saindo mais, o que fazer? De novo a
genitora sábia:
- Deixa lá. Vai indo e tu e ele se acostumam.
E não é que Tonho se acostumou! Casou e teve
filhos. Tá um poldo!”
Fonte:
O POVO, de 30/04/2016. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos.
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