Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Encontramos na Bíblia
pouquíssimas palavras pronunciadas por Maria. Seu nome também não é citado
muitas vezes. Mas, seja citada pelo nome, ou referida, ou ainda “Mulher” como o
próprio Jesus se referiu a ela, constatamos amplamente a presença silenciosa de
Maria em todos os acontecimentos importantes, especialmente da vida de seu
filho Jesus Cristo. Desde o momento da anunciação até o nascimento da Igreja.
Então, como alguém pode não
compreender o papel de Maria na obra da salvação, se o Evangelho nos deixa tão
claro: em virtude da encarnação, do verbo se fazer carne, de Deus visitar a
humanidade, Dele se fazer uma criança, Maria se torna a arca. Deus encarnado
fez a sua primeira moradia no ventre de uma mulher, Maria, que aceitando o
convite da graça e dizendo o “sim”, se torna um modelo de quem faz a vontade do
Pai. Na cruz. Maria é cheia de graça, é plena do espírito. Se sofre o filho,
sofre a mãe. Se o filho padece, a mãe padece. Não é assim com todas as mães?
Maria experimentou a dor,
primeiro na fé e fez a diferença, porque se não fosse a fé e a esperança, ela
teria se desesperado. Maria teria outra atitude e não a de que ficar em pé, aos
pés da cruz (Jo 19, 25). É essa presença silenciosa na hora da dor, que Maria
nos dá como exemplo. Às vezes, nos deparamos com pessoas que estão sofrendo,
muito doentes e pelas quais já não podemos fazer nada e não encontramos
palavras que vão confortar, mas a nossa presença, silenciosa, já é uma ajuda. Mesmo
que não consiga verbalizar essa presença, já é uma ajuda. Maria nos ensina a
perseverar, a manter-se firme no sofrimento. E nos ensinou também a superar a
traição, porque bastou o Filho morrer, ela pegou o seu corpo, colocou no
sepulcro e voltou para rezar com os apóstolos. Ou seja, ela voltou para aqueles
que abandonaram seu filho.
Se Maria foi exaltada por Deus,
claro que em vista dos méritos de Jesus. Se Deus a escolheu, enviou um anjo, a
proclamou a cheia de graça. Se Deus fez dela a arca de toda a humanidade, então,
que ninguém tenha receio de recorrer a ela, de venerá-la, de exaltá-la e
proclamá-la bendita entre todas as mulheres.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 12/05/2018.
Opinião. p.20.
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