sexta-feira, 29 de junho de 2018

AOS VIVOS: Mãe pode!!!



Por jornalista Tarcísio Matos
Mãe pode!!!
Bastou um chamar Teoberto de “Turi” e nunca mais o nome de batismo pronunciado. Dentro e fora de casa. Alcunha botada pelo papudinho Zé Cação, que via algo de Turi em Teoberto. Turi, por que Turi? Que diabo é Turi?
- Sei lá que fulerage é essa! – respondia o pai do rapaz.
O amigo Dióis, à busca de companhia pra um forró no Garrote, lembrou de Turi, pé de valsa conhecido, bom de guidão (não bebe). No sábado festivo, começo de tarde, foi a casa dele, fazer o convite. Quem na calçada, escangotada numa cadeira velha? Dona Tinga, a mãe. Dióis se ‘aprochega’...
- Turi taí?
- Quem!?! - a velha queima ruim.
- Turi, seu filho!
- O nome dele é Teoberto, viu?!? Tu ia gostar se te chamassem pelo apelido?
- Não... – responde Dióis, acabrunhado.
- Pois então!?!
Dióis dá meia volta. Tinga, temperando o verbo de maternidade, reconsidera:
- Ei! Volte aqui! Quer que eu chame ele, de qualquer forma?
- A senhora que sabe!
- Turi! Turi! Tem gente te chamando! – gritou, com a cabeça pra dentro de casa.

Deus que me perdoe...
Mansão dos Araújos. A empregada Raimunda Braga chama a atenção da mui religiosa patroa Lurdinha, à hora passando ordens, pro bafon do momento:
- Ouvi dizer que estão dando em cima do marido da sua amiga Maria Barbosa?
- Deus que me perdoe, mas quem é a sujeita, pra eu já ficar com ódio?
- Sinobilina!
- Aquela cunhã? Deus que me perdoe, mas u’amãozada nos beiços dela era dez!

- E o ‘peó’: Jurandir (marido de Maria) tá de muda pra casa dela.
- Deus que me perdoe, mas essa rapariga merecia uma cãibra no... no... no...
- Jurandir falou pro padre que tá arreado até o sobressalente pela criatura.
- Deus que me perdoe, mas essa bicha safada tá pedindo duas horas de peia!
- Na minha mente, se ela foi sem-vergonha, ele é também.
- Deus que me perdoe, mas uma praga dessas com elemento daqueles...
Do nada, Raimunda Braga relembra antiga lição do catecismo, e tasca:
- Dona Lurdinha, Jesus não disse que era pra gente perdoar 70 vezes 7 vezes!?!
- Deus que me perdoe, mas eu não perdoo!!!

Príamos
-Príamos, conheci um Príamos! Príamos de Sá. Mais conhecido na cidade por “Pri”. Pri que não costumava honrar com os compromissos, os horários. Pouco rigoroso com essas “fulegare”, era exemplo a não ser seguido.
Eis um exemplo. Pela primeira vez iria à casa da namorada. Ocasião festiva aquela, o dia todo foi assim: Pri pra lá, Pri pra cá... 9 a noite e nada de Pri chegar. O velho Zé Meneiz, pai da menina, brabo feito cão, bebera já as cervejas todas que deveria compartilhar com o genro furão. Daí gritar cismarento pra filha:
- E esse tal de Pri, Xeylinha? Pri... Pri... Esse Priquito não vem mais hoje, não?!?
Fonte: O POVO, de 11/06/2016. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos.

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