Por Weiber Xavier
(*)
A onda de
calor que envolveu o continente europeu neste verão onde temperaturas chegaram
a incríveis 40 graus pode ser facilmente encontrada também em algumas cidades
do interior cearense.
Insolação
é a condição mais perigosa em um espectro de doenças causadas pelo calor que
vão desde a exaustão pelo calor à insolação, situação em que a elevação da
temperatura corporal (hipertermia) devido à acumulação de calor anula a
dissipação de calor durante o exercício ou exposição ao estresse ambiental.
Clinicamente, a insolação é caracterizada por disfunção do sistema nervoso
central, falência de múltiplos órgãos e hipertermia extrema (geralmente mais de
40,5 °C).
Dependendo
da causa, a insolação pode ser categorizada como clássica (passiva) ou
relacionada com o esforço. Ambos os tipos derivam da incapacidade de dissipar o
calor corporal excessivo. A insolação clássica é devida à exposição ao calor
ambiental e aos mecanismos de dissipação de calor e afeta mais a idosos e
crianças enquanto a insolação por esforço está associada ao exercício físico e
aos resultados quando a produção excessiva de calor supera os mecanismos
fisiológicos de perda de calor afetando mais atletas, trabalhadores rurais e
militares. Embora a compreensão da fisiopatologia ainda não esteja
completamente esclarecida acredita-se que a insolação deva-se a uma alteração
termorregulatória, onde o ganho de calor seja maior do que a perda de calor,
levando a uma inadequação do débito cardíaco além de uma resposta inflamatória
e disfunção múltipla de órgãos.
A
insolação é uma condição de risco de vida, se não for prontamente reconhecida e
efetivamente tratada.
Certas
medidas preventivas simples, como manter-se hidratado, usar roupas leves,
evitar atividades extenuantes em ambientes quentes e reduzir a exposição ao
estresse pelo calor, bem como mudar atitudes nos esportes (tentar agendar o
exercício ou trabalho físico para partes mais frias do dia, como de manhã cedo
ou à noite) e abordar questões socioeconômicas que aumentam o risco, podem reduzir
a prevalência da insolação.
(*) Médico e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 8/07/2019. Opinião. p.18.
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