quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

AS FUTURAS POLÍTICAS ECONÕMICAS DE TRUMP

Por Pedro Jorge Ramos Vianna (*)

Apesar de suas múltiplas ameaças aos países parceiros dos Estados Unidos, neste começo de ano, o Senhor Trump não fez referências a elas. Mas, obviamente, as ameaças podem só estar engavetadas.

De há muito estou convicto que os norte-americanos pensam e agem como se os EUA fossem o centro do mundo. Não resta dúvida que eles, são, ainda, o país mais rico deste planeta.

Talvez por isso e por consequência de seu poderia bélico, eles se acham o Hobin Hood da humanidade. Com uma pequena diferença: eles até podem ajudar alguns países, mas sempre se aproveitando da condição de "benfeitor". E, assim, enriquecer cada vez mais.

O Senhor Trump, me parece, é a expressão legítima do pensamento da maioria dos americanos.

Talvez seja hora de examinarmos o comportamento deles.

E algumas perguntas me veem à mente. Como foi que eles transformaram o Havaí em estado americano? Por que eles se acham com o direito de manter uma base militar em Cuba, um País livre?]

Por que o Senhor Trump quer impor que o dólar continue a ser a moeda universal, para tanto ameaçando os países que procuram uma outra moeda alternativa?

Por que eles acham que podem dar calote no mundo a qualquer hora e quando bem quiserem?

Eles já deram calote no mundo, quando suspenderam, em 15/08/1971, a convertibilidade dólar/ouro.

Até aquela data, existia um consenso entre os países de que haveria uma paridade moeda/ouro para as moedas envolvidas no comércio internacional. Todos os países obedeciam à essa regra. Assim, cada país estabelecia uma relação moeda nacional/onça troy. Inclusive o Brasil.

No caso dos Estados Unidos, a paridade antes estabelecida era US$35.0 por onça-troy de ouro.

Pois, naquela data, o Presidente Richard Nixon, unilateralmente, simplesmente determinou que os EUA não mais trocariam dólar por ouro.

À época, exceto talvez a França, todos os países do mundo capitalista tiveram perdas em seus tesouros por terem dólar como reserva internacional. A França não sofreu grandes problemas porque o Presidente Charles de Gaule havia trocado as reservas francesas em dólar por ouro.

Por que, ainda hoje, mesmo depois desse calote governamental e das crises bancárias naquele país, o dólar tem que ser a moeda universal?

O Senhor Trump quer, então, punir os países que comercializam com os EUA, com uma tarifa de 100,0% sobre as importações, se eles se juntarem aos países que estão buscando encontrar uma nova moeda universal, que não o dólar.

A pergunta, agora, é: será possível que se consiga sair dessa embrulhada?

É claro que ser "a" moeda internacional é uma beleza. Basta imprimir as "verdinhas" e eles podem comprar o que os brasileiros produzem a duras penas.

A União Europeia perdeu esta oportunidade.

(*) Economista e professor titular aposentado da UFC,

Fonte: O Povo, de 12/01/25. Opinião. p.20.

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