Por Rita Fabiana Arrais (*)
O período que
antecede o Natal é cultuado por muitos como sendo o tempo em que é preciso sensibilizar/despertar
o outro. Nisso as ornamentações (símbolos que retratam o nascimento de Cristo)
espalham-se pelas praças, corredores de shoppings, estabelecimentos públicos e
privados, como se estivessem ali para resgatar a nossa memória o que é
verdadeiramente importante para cultivarmos na vida.
Na Região
Metropolitana do Cariri percebe-se que "algumas" coisas ditas
importantes da vida como o meio ambiente, e a sua preservação estão em
destaque. E, isso reflete na substituição de ornamentações natalinas glamorosas
e artificiais, por artesanatos sustentáveis, com a utilização de
matérias-primas mais conscientes e benéficas para o meio ambiente, como por
exemplo: a madeira, o barro, a cabaça, a palha de milho e de carnaúba, a seda
do buriti e a casca do coco seco, transformaram-se em presépio, figuras da
sagrada família e reis magos.
O investimento em
ornamentações natalinas utilizando artesanatos sustentáveis é economicamente
viável, pois há redução de custos, sem impactar na qualidade visual; além de
promover a geração de renda para esses empreendedores, e também perpetuar a
cultura dos Kariris, já que o protagonismo desses artistas, seus espaços e suas
artes encontram-se por toda a Região, sendo Juazeiro do Norte o berço.
O Centro de
Cultura Popular Mestre Noza e a Central de Artesanato do Ceará - CeArt, são
espaços em que os turistas e a população caririense pode conhecer as artes e os
artistas locais. Especialmente no Centro Mestre Noza, as artesãs e os artesãos
produzem suas peças num ateliê ao ar livre, encantando a todos com suas
habilidades.
É importante
esclarecer que além das habilidades desses artistas caririenses para
construírem um ambiente natalino sustentável, deve existir por parte dos consumidores
(cidadãos, organizações privadas e poder público) a responsabilidade
socioambiental na condução de práticas cotidianas sustentáveis.
Feliz Natal para
todos! Não esqueçamos que O Cristo encontrou aconchego numa simples e
extraordinária manjedoura.
(*) Economista.
Fonte: O Povo, de 20/12/24. Opinião. p.21.
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