segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

A INFLAÇÃO DO SEU ORÇAMENTO E A OFICIAL

Por Lauro Chaves Neto (*)

As recentes pressões inflacionárias voltaram ao centro dos debates, junto com as variações nos juros e no câmbio.

Sempre que a inflação vira tema, um dos questionamentos mais frequentes é sobre a inflação oficial medida pelo IPCA. O relatório Focus do Banco Central apresenta a mediana das previsões do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e tem como limite aceitável o teto da meta, de 4,50%.

Nos últimos três anos, o valor do IPCA foi de 5,79% em 2022 e 4,62% em 2023. O IPCA acumulado nos últimos 12 meses é de 4.76%. Já o IPCA acumulado no ano de 2024 até o momento é de 3,88%.

A partir de 2025, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido a meta.

Falta explicar para os agentes econômicos, cada empresa e família, quais os motivos pelos quais essa inflação, crescente e acima da meta, porém ainda não alarmante para os nossos padrões, não está sendo sentida, igualmente, nos orçamentos familiares, com suspeitas até sobre manipulação dos índices e a sua veracidade.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA é utilizado pelo Banco Central no acompanhamento das metas de inflação. Produzido pelo IBGE, mede as variações de preços do consumo das famílias com recebimento mensal de 1 a 40 salários mínimos, nas principais regiões metropolitanas do País.

Se as suas compras não tiveram esse comportamento, a explicação está na constatação de que os itens que fazem parte da sua cesta de consumo têm pesos diferentes daqueles da pesquisa do IBGE, produzindo o seu próprio índice de inflação.

Ajustar o orçamento tentando manter o padrão de vida, buscar "ganhar mais e gastar menos", elaborar e acompanhar um detalhado Orçamento, da Empresa e da Família. Deve-se priorizar as despesas mais representativas na racionalização dos custos.

Nunca se deve esquecer que o padrão de vida deve ser aquele que cabe no nosso bolso, não aquele com o qual se sonha, além de tentar fazer uma reserva para as emergências e imprevistos que sempre acontecem!

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 9/12/24. Opinião. p.22.

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