Por Lauro Chaves Neto (*)
As recentes
pressões inflacionárias voltaram ao centro dos debates, junto com as variações
nos juros e no câmbio.
Sempre que a
inflação vira tema, um dos questionamentos mais frequentes é sobre a inflação
oficial medida pelo IPCA. O relatório Focus do Banco Central apresenta a
mediana das previsões do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) e tem como limite aceitável o teto da meta, de 4,50%.
Nos últimos três
anos, o valor do IPCA foi de 5,79% em 2022 e 4,62% em 2023. O IPCA acumulado
nos últimos 12 meses é de 4.76%. Já o IPCA acumulado no ano de 2024 até o
momento é de 3,88%.
A partir de 2025,
a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele
ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o
BC terá descumprido a meta.
Falta explicar
para os agentes econômicos, cada empresa e família, quais os motivos pelos
quais essa inflação, crescente e acima da meta, porém ainda não alarmante para
os nossos padrões, não está sendo sentida, igualmente, nos orçamentos
familiares, com suspeitas até sobre manipulação dos índices e a sua veracidade.
O Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA é utilizado pelo Banco Central no
acompanhamento das metas de inflação. Produzido pelo IBGE, mede as variações de
preços do consumo das famílias com recebimento mensal de 1 a 40 salários
mínimos, nas principais regiões metropolitanas do País.
Se as suas
compras não tiveram esse comportamento, a explicação está na constatação de que
os itens que fazem parte da sua cesta de consumo têm pesos diferentes daqueles
da pesquisa do IBGE, produzindo o seu próprio índice de inflação.
Ajustar o
orçamento tentando manter o padrão de vida, buscar "ganhar mais e gastar
menos", elaborar e acompanhar um detalhado Orçamento, da Empresa e da
Família. Deve-se priorizar as despesas mais representativas na racionalização
dos custos.
Nunca se deve
esquecer que o padrão de vida deve ser aquele que cabe no nosso bolso, não
aquele com o qual se sonha, além de tentar fazer uma reserva para as
emergências e imprevistos que sempre acontecem!
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 9/12/24. Opinião. p.22.
Nenhum comentário:
Postar um comentário