Por Roberto Macedo
(*)
Desde criança tive uma formação
religiosa com jesuítas, orientado por meu pai e por alguns tios que seguiam os
princípios e regras da forma de ser e de viver dessa ordem do catolicismo, tais
como verdade, disciplina e simplicidade.
Isso deixou-me muito contente quando, em
2013, passamos a ter o primeiro papa jesuíta da história da Igreja Católica.
Comparado com outros, o papado de
Francisco foi curto, apenas 12 anos. Mesmo assim ele promoveu uma transformação
há muito necessária na nossa Igreja, embora tendo causado algumas cisões na sua
alta hierarquia e entre fiéis.
Enquanto Sumo Pontífice ele foi firme na
sua colocação do evangelho como guia dos católicos e do catolicismo.
O tempo da fé do papa Francisco não era
o imediatismo. Ele pensava e agia para o longo prazo. Por isso, logo ao chegar,
fez uma limpeza nas pompas do Vaticano, projetando o que almejava para o mundo
cristão.
O exemplo estava no seu próprio
comportamento como pessoa, quando optou por habitar e transformar em residência
oficial de seu pontificado uma casa de hóspedes ao lado da Basílica de São
Pedro, na Praça de Santa Marta.
Fazia suas refeições com cardeais,
bispos e prestadores de serviços no restaurante comum dessa casa, onde os
ouvia, com o intuito de tornar o exercício do papado uma missão de simplicidade
e de igualdade.
Ao fazer isso, valia-se das inspirações
do Espírito Santo, sem preocupação de ser ou não entendido no primeiro momento,
porém ancorado na fé de que o tempo o ajudaria.
Foram muitas as simbologias de
austeridade e não ostentação utilizadas pelo saudoso papa Francisco. Seu
crucifixo e seu anel eram de ferro, dispensando o ouro de 18 quilates; e seu
carro era popular, e não um veículo luxuoso.
Assim, ele foi demostrando quem era, ao
que tinha vindo e por que escolhera o nome de Francisco, em reverência ao santo
dos pobres e da natureza.
Francisco foi o papa da defesa do
planeta, da maneira sensível, racional e sustentável de utilizar os seus
recursos; foi o papa da paz e da congregação da humanidade.
Que o seu substituto seja capaz de
seguir o tempo da sua fé.
(*) Empresário.
Fonte: O Povo, de 12/05/2025. Opinião. p.20.
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