Por Luiz Eduardo Girão (*)
Temos em Mateus e Lucas esta exortação
de Jesus: "Deixai que os mortos enterrem seus mortos". O Mestre
aproveitou o respeito e a comoção do enterro para reforçar a principal
finalidade da vida: a evolução do espírito imortal. Mas no Ceará nem os mortos
estão mais livres da ação do crime, que teve a audácia de invadir um velório,
ateando fogo ao caixão, impedindo a família de concluir o enterro. Barbárie,
faroeste, Idade Média? O que mais falta para o governador ter a humildade de
reforçar ao presidente (do seu partido!) o meu pedido de imediata intervenção
federal fundamentado em 20 laudas que já está há 20 dias na mesa de Lula?
Chacinas e extorsões do poder paralelo das facções nas comunidades já viraram
rotina em nosso Estado.
Uma das atividades mais perseguidas pelo
crime são os provedores de internet com destruição total de equipamentos e
veículos. Em Fortaleza e Caucaia, 19 bairros ficaram isolados, sem conexão,
pela omissão e incompetência do governo petista. Circula um vídeo - talvez seja
por isso que o PT queira regular as redes, via PL da Censura (para a verdade
não ser entregue à população) - dizendo que serão retirados todos os cabos nos
bairros da Capital e que só a “CVNet” continuaria. Muitas empresas já foram
embora gerando desemprego em massa para os cearenses. No Centro da cidade,
quase todos os comerciantes são extorquidos.
Estamos mergulhados no caos em que a
população está sendo violada em seu sagrado direito de "ir e vir". Em
2024 atingimos 35,9 assassinatos por 100 mil habitantes. Segundo padrões
intencionais, um índice superior a 10 já configura uma epidemia. Recentemente,
no 2° Congresso do Cariri, o desembargador Raimundo Nonato da Silva (TRE-CE)
fez a seguinte declaração: "O Estado Legal foi engolido pelo estado
marginal".
Em 2020, no governo de Camilo Santana foi
necessária uma ação federal pela Garantia da Lei e da Ordem (GLO) quando a
Força Nacional permaneceu no Estado por 16 dias até o restabelecimento da
normalidade.
Diante de um quadro tão sério de
descontrole da criminalidade, deve prevalecer o espírito público por parte do
presidente e do governador. Não se trata aqui de uma questão ideológica de
"esquerda X direita" ou "contra ou a favor do governo", e,
sim, de cuidar pela vida dos nossos conterrâneos. E, para isso, precisa
reconhecer urgente a incapacidade de enfrentar as facções e pedir socorro ao
Governo Federal para evitar mais tragédias. Enquanto é tempo! Paz & Bem!
(*) Empresário. Senador
pelo Podemos/CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 11/04/25. Opinião, p.19.
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