terça-feira, 1 de dezembro de 2015

CÂNCER DA PRÓSTATA



Salvio Pinto (*)
O câncer da próstata é a quarta causa de morte por neoplasias no Brasil, correspondendo a 6% do total de óbitos por este grupo. É o tumor mais prevalente no sexo masculino; atinge 69 mil pessoas por ano, de acordo com as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca) — a cada hora, 7,8 brasileiros são diagnosticados com esta doença. Assim como em outros cânceres, a idade é um marcador de risco importante, ganhando um significado especial no câncer da próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam exponencialmente após a idade de 50 anos. Progride lentamente e, geralmente, não causa sintomas na fase inicial, deixando o homem despreocupado.
A prevenção é a arma mais eficiente que temos para a cura do câncer da próstata. Se o diagnóstico acontecer a tempo, por meio de exames (toque retal e PSA), a chance de cura é grande, acima de 90%. Mas pesquisa divulgada em 2015 pela IPCC (Coalizão Internacional para o Câncer de Próstata) revela que 47% dos homens com câncer de próstata em estágio avançado desconhecem que tenham a doença.
No Brasil, uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia envolvendo 3,2 mil homens com mais de 35 anos em oito capitais mostrou que 51% jamais foram ao urologista.
A falta de conhecimento sobre os sintomas, o preconceito em relação aos exames, dificuldades de acesso à prevenção e o perfil masculino de ser o provedor da família são grandes obstáculos ao diagnóstico precoce.
A questão cultural do machismo é muito forte. Há uma mistificação muito grande em torno do exame de toque retal, que é importante para o diagnóstico precoce da doença, muito temido pelos homens por causa do preconceito e da falta de conhecimento sobre o procedimento, que é rápido e indolor. Sendo essa uma das principais barreiras que impedem que muitos façam a prevenção ao câncer, junto com o medo e a falta de tempo alegada por homens que trabalham o dia inteiro.
Sempre alerto aos meus clientes, quando vou realizar o toque retal, que é melhor “alguns segundos de constrangimento do que vários anos de sofrimento”, pois quando a doença é diagnosticada avançada, não existe cura e o tratamento é paliativo.
 (*) Urologista. Membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 30/11/2015. Opinião. p.8.

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