sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

2015-2016: Ano Santo e Jubileu Extraordinário da Misericórdia


Frei Francisco Lopes S. Neto (*)
O Jubileu da Misericórdia terá o início assinalado oficialmente no dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição
No dia 13 de março de 2015, no segundo aniversário do seu pontificado, o papa Francisco anunciou na Basílica de São Pedro a convocação de um Jubileu Extraordinário com as seguintes palavras: “Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia”. A celebração do jubileu católico tem origem no jubileu bíblico, onde, a cada 50 anos, durante um ano, (chamado também ano sabático), eram libertados escravos, as dívidas eram perdoadas e as terras deixavam de ser cultivadas, dentre outras coisas. Estas comemorações são referidas na Bíblia, especialmente em Levítico 25,8. 
Na tradição católica, o jubileu tem também a duração de um ano, mas tem um sentido mais espiritual, consistindo no perdão dos pecados dos fiéis que cumprem certas disposições e orientações da Igreja, como a concessão de indulgências. A palavra ‘jubileu’ vem do hebraico “yobel”, que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento de sopro ritual anunciador das grandes festas do povo de Deus. Em latim, a palavra ficou “iubilum”, de onde vem ‘júbilo’: “grito de alegria”. A celebração de um jubileu ocorre durante um ano, daí que esse ano seja chamado “ano santo” ou “ano jubilar”.
O último jubileu/ano santo celebrado foi no ano 2000, da Encarnação, convocado por são João Paulo II, assinalando o início do terceiro milênio. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. Se a celebração de um ano santo ordinário ocorre a cada 25 anos, o ano santo extraordinário é proclamado pelo papa sempre que pretenda celebrar algum fato de forma especial. O Jubileu da Misericórdia é um jubileu extraordinário e o seu início será assinalado oficialmente no dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.
Neste dia celebra-se também o 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II. O encerramento do ano santo será no dia 20 de novembro de 2016. A cerimônia de início do ano santo conta com o significativo rito de abertura da “Porta Santa”, recordando o que disse Jesus: “Eu sou a porta. 
Quem entrar por mim será salvo.” (Jo 10,9). A Porta Santa só se abre durante um ano santo e significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. Na cerimônia de abertura, o papa toca a porta com um martelo três vezes enquanto diz: “Aperite mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino” que significa “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas, confessarei ao Senhor”.
Depois, entoa-se o solene hino Te Deum e o papa atravessa a porta. Este jubileu será extraordinário também pelo fato de que, pela primeira vez, não somente as portas santas das basílicas de Roma serão abertas, mas haverá outras em cada diocese do mundo por vontade expressa do papa Francisco, expressando assim o porquê da convocação deste jubileu extraordinário e ano santo da Misericórdia: “Pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia.
É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer este caminho.” – justificou o papa Francisco quando do anúncio oficial do 29º Jubileu da história da Igreja, defendendo que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus e que a Igreja é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”. 
As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. 
 (*) Frade Menor Capuchinho – Doutor em Teologia da Comunicação.
Fonte: O Povo, de 6/12/2015. Espiritualidade. p.17.

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