terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS: uma urgência coletiva

Por Leonardo Drumond (*)

As quedas em idosos são um problema de saúde pública que expõe uma dura realidade com a qual lidamos diariamente na ortopedia: elas estão entre as principais causas de lesões e mortalidade nessa população. Não apenas acarretam fraturas complexas, como as de quadril, mas também levam a complicações secundárias graves, incluindo tromboses e infecções, que podem ser fatais.

Os números são alarmantes. Estima-se que aproximadamente um terço das pessoas com mais de 65 anos sofre ao menos uma queda ao ano, e, em uma população que envelhece rapidamente, esse número tende a aumentar. O impacto sobre os sistemas de saúde é também relevante, pois as quedas custam bilhões em tratamentos e internações, além de prolongarem o tempo de recuperação e reduzirem a qualidade de vida.

É nossa responsabilidade social repensar os ambientes onde vivemos e transitamos. Não é suficiente apenas tratar o idoso após o acidente; precisamos atuar preventivamente. Para isso, existem diretrizes claras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, por exemplo, a instalação de corrimãos em escadas e corredores, o uso de pisos antiderrapantes e o aumento da iluminação em áreas de passagem. Esses elementos simples e muitas vezes ignorados são fundamentais para reduzir os riscos.

Outro ponto essencial é o fortalecimento físico. Com o avanço da idade, ocorrem a perda de massa muscular e o enfraquecimento ósseo, que aumentam a vulnerabilidade a quedas e a gravidade das lesões resultantes. Recomenda-se a prática de exercícios que promovam a força e o equilíbrio, especialmente para idosos. Caminhadas, atividades aquáticas e alongamentos supervisionados são estratégias preventivas que precisam ser incentivadas.

É preciso enxergar a prevenção de quedas não apenas como um cuidado individual, mas como uma questão de saúde pública e planejamento urbano. Envolver governos, profissionais de saúde e a sociedade civil em iniciativas de conscientização e adaptação de ambientes é essencial para reduzir as quedas e suas consequências devastadoras. A segurança dos idosos é um dever coletivo que deve ser assumido com urgência.

(*) Médico. Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) – Regional Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/01/2025. Opinião. p.16.

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