quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

UMA REVOLUÇÃO QUE PRECISAMOS CONSTRUIR

Por Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Doutor Cabeto) (*)

Ao acordar repito, como alguém maduro, os hábitos do dia anterior. É como se fosse um direito a curtir devagar, e, ao mesmo tempo, refletir sobre o planejamento do dia. Leio as mensagens esquecidas no dia anterior, revejo as falhas e as ausências, e em seguida tento me perdoar.

Mas, nessa manhã foi diferente. Lembrei das conversas com amigos, que assim como eu, dividem a frustração com os dias atuais. Chego a pensar que é irreal, pois como é possível repetir comportamentos tão destrutivos após séculos de aprendizado.

Pois bem, esse amigo, num surto de revolta, escreveu-me um desabafo. E em alguns segundos, entendi que não era simplesmente lamentação, e sim alguém que sofre no viver.

O texto falava sobre o desespero de assistir as inúmeras demonstrações de falta de espírito público, sobre trair o estado, sobre ser fiel aos governos e aos interesses individuais.

Adaptando a frase de um líder local, em pensar que a república atual faz corar as monarquias mais perversas. Basta lembrar da apropriação indevida dos bens do Estado, da malversação dos recursos públicos, quer sejam por esperteza, quer sejam por desvios morais, ou mesmo incompetência cognitiva.

Lembrei-me, também, de uma frase a mim dirigida, “Cabeto, é assim mesmo, a política é assim. “Soou-me mal, ou como mau. Deixou-me arrasado, pois nesse momento, essa pessoa, acabara de desesperançar a minha crença no futuro, a crença em ver tudo diferente.

Enfim o tempo se encarregou...E gostaria de dizer que recuperei minhas forças, resgatei um espírito inquebrantável.

Resolvi a partir de agora falar para mudar, sem permitir que destruam a possibilidade de crer, e nos manter, assim, tristes e encabulados.

Ao lembrar da música do Chico, “tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu”, optei por lutar, usando palavras e não manipulações, falar claro para quem quiser ouvir, para fazer a multidão andar.

Eis que acordei de um sonho bom. Acho que não foi uma reflexão e sim uma anunciação de uma revolução inteligente e evoluída.

Vamos exercer um pacto pela Ética, pela delicadeza, pela capacidade de constranger os espertos de sempre.

Vamos mudar em silêncio. Prometo na próxima escrita publicar um código, um movimento para alcançar a todos, e enfim sedar a sensação de passividade que tanto nos atormenta.

Vamos juntos?

(*) Médico. Professor da UFC. Ex-Secretário Estadual de Saúde do Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/01/2025. Opinião. p.17.


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