Cláudio
Lembo, professor de Direito, ex-vice-governador e governador de São Paulo,
ex-secretário municipal na gestão Jânio Quadros, sobrancelhas mais decorativas
do país, tem a verve na ponta da língua. Um dia, telefona para um amigo de
Araçatuba para sondá-lo sobre o ingresso em seu partido.
-
"Já se inscreveu em algum partido?"
-
"Não. Esperava as suas ordens."
Lembo
pede, então, que ele entre no PP. E lá vem a pergunta:
-
"No PT do Lula?"
O
ex-vice-governador de São Paulo replica:
-
"No PP."
Matreiro,
o amigo diz que ouve mal. O arremate, contado por Sebastião Nery, é uma chamada
sobre a nossa cultura política: "Vou soletrar alto e devagar: PP. P de
partido e P de banco." Na época, Olavo Setúbal, o todo poderoso dono do
banco Itaú e um dos fundadores do PP (então partido popular), ao lado de
Tancredo Neves, era prefeito de São Paulo. E Lembo era seu articulador
político. O amigo entendeu a mensagem. A historinha retrata a identidade de
quadros e partidos e serve para ilustrar a nossa cultura política.
Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).
https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/407313/porandubas-n-847
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