O Povo, Editorial.
Mais de 100 leitos de internação foram
reabertos na Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza desde julho deste ano,
quando começou a intervenção da Prefeitura de Fortaleza. O anúncio dá mais
fôlego à estrutura da unidade tão relevante para o atendimento em saúde na
capital cearense, que celebrou 164 anos neste 2025. De acordo com a gestão
municipal, cirurgias e acompanhamentos ambulatoriais também foram retomados.
Sob a administração da Prefeitura, a Santa
Casa tem várias áreas de atendimento sendo reformadas e reestruturadas a fim de
aprimorar a assistência aos pacientes, assim como as estruturas administrativas
do hospital. Ressalte-se que todos os serviços prestados pelo hospital passaram
a ser totalmente gratuitos, incluindo consultas, exames de imagem,
procedimentos cirúrgicos e tratamentos oncológicos.
Em balanço apresentado pelo prefeito de
Fortaleza, Evandro Leitão (PT), na semana que passou, informou-se que a Santa
Casa Fortaleza voltou a realizar cirurgias neste mês de setembro. Três meses
após interromper a regulação de novos pacientes por problemas financeiros,
houve 16 operações de urologia realizadas desde o dia 1°, depois da reabertura
de nove salas do centro cirúrgico da unidade. Em seguida, devem ser retomadas
as cirurgias gerais.
É louvável constatar os números que foram
divulgados: até o dia 31 de agosto, 108 leitos hospitalares foram reabertos na
Santa Casa. Desses, 98 são de enfermaria e 10 de Unidade de Terapia Intensiva
(UTI). Cerca de 200 pacientes foram atendidos desde o início da intervenção -
cerca de 45 deles nas UTIs e 155 nas enfermarias.
É válido destacar que, nos últimos anos, a
Santa Casa tem sofrido bastante com dívidas. A instituição de saúde suspendeu,
em junho deste ano, o recebimento de novos pacientes na unidade por problemas
financeiros constantes. Por causa da crise, o hospital tinha dificuldade em
manter os atendimentos com a segurança necessária para os pacientes. As
frequentes crises se dão devido à diferença entre suas receitas e as despesas
realizadas para garantir a assistência a quem não pode pagar por um atendimento
médico-hospitalar.
Por mês, milhares de pessoas são atendidas
na Santa Casa, com consultas, exames e cirurgias. Diferentemente de uma empresa
privada, a aparente contradição é que a cada procedimento realizado, as dívidas
aumentam.
Desse modo, é coerente, embora delicada à
primeira vista, a iniciativa da intervenção municipal na Santa Casa, entendendo
que governos e políticos devem se engajar na busca de soluções, mesmo que
emergenciais, a fim de manter os hospitais em funcionamento. A excelência dos
serviços prestados pela Santa Casa e o tradicional atendimento a tantos
pacientes não podem ser negligenciados.
Assim, espera-se que, em breve, o hospital
volte a funcionar regularmente, de modo clínico e administrativo, com todas as
condições plenas possíveis de atendimento à população.
Fonte: Publicado In:
O Povo, de 15/09/2025. Editorial. p.18.
Postado no Blog do Marcelo Gurgel em 21/08/2025.
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