Por Carmem Pompeu, jornalista
de O Povo (*)
À
frente do Conselho de Administração da holding do Grupo J. Macêdo, fundado em
1939 por seu pai, o industrial José Dias de Macedo, Roberto construiu uma
trajetória empresarial sólida e reconhecida nacionalmente
O empresário Roberto
Proença de Macedo morreu ontem aos 81 anos. Engenheiro mecânico, empresário e
líder classista de destaque, ele deixa um legado marcado pelo
empreendedorismo, pela visão inovadora e pelo compromisso com o desenvolvimento
industrial e social do Ceará.
Nascido em
Fortaleza, em 1944, Roberto Macêdo formou-se em Engenharia Mecânica pela Universidade
Federal do Ceará (UFC). Casado com Tânia Rocha Lima de Macêdo, era pai de
quatro filhos, avô de dez netos e bisavô de três bisnetos.
Ao lado do irmão,
Amarílio Macêdo, deu continuidade à empresa fundada pelo pai, José Dias de Macêdo,
em 1939, consolidando-a como uma das mais emblemáticas do mercado brasileiro, detentora
de marcas como Dona Benta, Petybon, Sol e Hidracor.
O velório ocorreu
na funerária Ternura, em Fortaleza, onde estavam presentes familiares, amigos e
boa parte do empresariado cearense. “Era um
grande coração, grande idealista. Uma pessoa de profunda sensibilidade humana.
Era gostoso gostar dele”, descreve Amarílio
Macêdo.
Luciana Dummar,
presidente institucional e publisher do Grupo de Comunicação O POVO,
lembra dele como um amigo de verdade, de uma presença amorosa, um homem correto
como poucos e amigo dos amigos.
“Encontrar o Roberto era sempre motivo de um sorriso largo e
um coração preenchido. Eu me despeço dele com tristeza, mas com a certeza de
que o encontro dele com meu pai (Demócrito Rocha Dummar, presidente do O POVO de
1985 a 2008) vai ser motivo de uma grande festa, porque o Roberto foi um dos
melhores amigos desta família e desta Casa",
afirma.
Fiec realiza homenagem ao seu
ex-presidente
Como presidente
da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), cargo que exerceu por
dois mandatos, entre 2006 e 2014, foi protagonista de uma gestão voltada à
ampliação da representatividade industrial, ao fortalecimento das entidades de
classe e à integração do setor produtivo com a inovação e o conhecimento.
Na tarde de
ontem, gestores e colaboradores do Sistema Fiec reuniram-se no hall da Casa da Indústria
para prestar homenagem ao ex-presidente da Federação.
Em nota, a
entidade destacou que Roberto Macêdo ajudou a escrever um capítulo
decisivo da economia cearense, consolidando um dos maiores grupos empresariais
do Nordeste e contribuindo, de forma permanente, para o fortalecimento do
trabalho, da produção e da prosperidade.
“Para mim, sua partida é especialmente dolorosa. Roberto foi
mais que um líder: foi um amigo-irmão, um conselheiro constante, uma presença
segura”, afirmou o presidente da Fiec, Ricardo
Cavalcante.
Durante sua
gestão na Fiec, Roberto Macedo defendeu a valorização dos talentos locais, o
associativismo e o diálogo permanente entre indústria, governo e sociedade,
acreditando que a competitividade e o desenvolvimento sustentável dependem da
união em torno de agendas positivas.
“Para mim, sua partida é especialmente dolorosa. Roberto foi
mais que um líder; foi um amigo irmão, um conselheiro constante, uma presença
segura”, afirmou o presidente da Fiec, Ricardo
Cavalcante.
“Além de ser um grande empresário com larga visão social, ele
também era um ambientalista. Estivemos em várias sagas ambientais juntos. Ele
que foi sempre um defensor da Associação Caatinga, inúmeras vezes contribuiu
com a Prefeitura e com o Estado nas políticas ambientais”, destacou Artur Bruno, superintendente do Instituto de
Pesquisa e Planejamento de Fortaleza.
Homenagens também
foram feitas na Assembleia Legislativa do Ceará e no Senado Federal. "Perdemos um dos maiores empreendedores do Ceará, o doutor
Roberto Proença de Macedo, do Grupo J. Macedo. Visionário, ético e comprometido
com a responsabilidade social e ambiental, Dr. Roberto gerou milhares de
empregos e contribuiu enormemente para o desenvolvimento do estado e do país", afirmou o senador Eduardo Girão (Novo-CE).
Ele lembra que, recentemente,
Roberto Macêdo foi homenageado no Congresso Nacional pelos 85 anos do Grupo J.
Macedo, sendo reconhecido pelo legado construído à frente de uma das maiores
empresas do Brasil. " Em nome do Senado Federal, apresentei um voto
de pesar, prontamente aprovado pelo Senado, manifestando solidariedade à
família, amigos e colaboradores."
As lições deixadas no ambiente
empresarial
O grupo J. Macêdo
publicou nota de pesar pelo falecimento do empresário e destacando a trajetória
dele como líder empresarial de destaque no Ceará e no país, tendo ocupado
a presidência da Fiec por diversos mandatos e a vice-presidência da CNI.
"Sua trajetória permanece marcada pela generosidade,
integridade, fé e sensibilidade nas relações humanas. Roberto Macêdo inspira
todos nós a seguirmos firmes na construção de um futuro guiado pelos valores
que sempre nortearam sua vida e o propósito da família Macêdo", informou a empresa.
O presidente da
M. Dias Branco, Ivens Dias Branco Jr., também manifestou pesar. "Roberto Macêdo foi uma das mais destacadas referências da
indústria nacional, tendo contribuído de forma decisiva para o fortalecimento
do setor produtivo brasileiro. Sua liderança, visão empreendedora e compromisso
com o desenvolvimento do país e da Região Nordeste constituem um legado
exemplar para as futuras gerações e serão sempre reconhecidos pela indústria
brasileira", afirmou.
Legado social e ambiental
Para além da
atuação empresarial e institucional, o industrial dedicou parte significativa
de sua vida ao empreendedorismo social e à preservação ambiental. Foi fundador
e conselheiro da Associação Caatinga, entidade de referência na conservação do
bioma e na promoção da convivência sustentável com o Semiárido.
“Ele deixa uma história que vai servir a gerações, porque foi
um homem que viveu para sua família, para uma empresa familiar de destaque
nacional, referência no país hoje, mas que não descuidou de ser um homem que
cuida da causa ambiental”, destacou Carlos
Matos, ex-secretário da agricultura do Ceará.
Roberto Macêdo
também atuou como conselheiro honorário da The Nature Conservancy (TNC),
organização internacional voltada à proteção da natureza, e conselheiro
colaborador da Fazenda da Esperança, instituição dedicada à recuperação de
pessoas em situação de dependência química.
“Eu estudei com ele no Jesuíta de Baturité e fui
vice-presidente do grupo (J. Macedo). Acima de tudo, era um homem bom. Um homem
que está sempre em paz com todos ao seu redor. Ele construiu, além do império
de trabalho na empresa dele, um império de relacionamento. Uma pessoa
fantástica”, declarou Lima Matos, ex-secretário
da Fazenda do Ceará.
Fonte: O Povo, de 12/11/25. Economia. p.11.

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