Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Entendemos por ética a parte da filosofia que trata de disciplinar e
orientar o comportamento humano, ou seja, é a ciência da moral. Esta, por sua
vez, representa os bons costumes e a boa conduta, de acordo com os preceitos
socialmente fixados pela sociedade. Já a “governabilidade” pode ser entendida pela qualidade intrínseca do governante,
significando a importância da tranquilidade política e socioeconômica para que
um governo possa desempenhar suas atividades básicas. Em todos os tempos e sob
qualquer regime a governabilidade só alcançou sucesso na medida em que se
apoiou em princípios éticos. “O fim
justifica os meios”, conforme Maquiavel, não
é uma atitude estratégica e muito menos ética, mas uma conduta incorreta que
não leva uma sociedade a uma situação de justiça, bem como baseada na essência
da democracia. Como disse Norberto Bobbio: “a
ética distinguiu os deveres em relação aos outros e os deveres para consigo
mesmo. No debate sobre o problema da moral em política aparecem exclusivamente
os deveres em relação aos outros”. Nos dias
atuais existem muitos países ditos democráticos, elegeram seus governantes,
todavia, não apresentam uma sincera e clara harmonia entre os aspectos éticos e
de governabilidade. Defendemos que ética e governabilidade caminhem juntas,
buscando uma sociedade politicamente aberta, soberana, de economia forte e
socialmente justa. Por fim, voltamos a insistir, governabilidade é atender às
reais necessidades e carências do povo e não fazer concessões e acordos que
possam prejudicá-lo.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 3/8/2018.
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