Lauro
Chaves Neto (*)
Os
dados que existem sobre a Economia da Cultura no Brasil são imprecisos e,
muitas vezes, incompletos e até contraditórios. Talvez reflexo da falta de
Políticas Públicas estáveis sobre o tema, o país ainda não entende a
importância da arte para a Economia e assim nunca possuiu, de fato, uma
Estratégia para desenvolver a Cultura e sem continuidade fica quase impossível
o gigantesco potencial e diversidade cultural brasileiro se transformar em um
eixo significativo do nosso desenvolvimento.
Segundo
a FIRJAN, a Indústria Criativa foi responsável por 2,6% do PIB em 2017, com
significativo impacto na geração de emprego e renda. Existe, no entanto, uma
lacuna em dados oficiais consolidados sobre a dimensão desse mercado e o seu
impacto nos demais setores da economia.
Uma extensa
cadeia de valor se beneficia social e economicamente da atividade cultural. O
Brasil, nessa área, possui um conjunto de vantagens competitivas, que, se bem
aproveitadas, poderão torná-lo um dos mais importantes players internacionais.
Formar
um público consumidor para a cultura constitui-se em um dos maiores desafios
para o país, se superado, poderá contemplar o desenvolvimento de produtos
culturais, privilegiando, principalmente, crianças e adolescentes e criando,
desse modo, o hábito do consumo cultural desde cedo.
A
UNESCO destaca que as cidades criativas sempre devem ter a cultura como
destaque nos seus planos de desenvolvimento. A competitividade e a própria
identidade dos territórios são fortemente impactadas pelo grau de relevância
assumido pela cultura no processo de transformação urbana e empoderamento
popular.
Mecanismos
de incentivo à cultura, como a lei Rouanet, por exemplo, sempre serão
necessários, principalmente para o surgimento de novos talentos, porém os
protagonistas desse mercado devem buscar técnicas de gestão que lhes permitam
ganhos de eficiência e maior produtividade, sem representar uma perda na
criatividade e na inovação.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte:
O Povo,
de 15/07/19. Opinião. p.18.
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