Por Luiz Gonzaga Fonseca
Mota (*)
A produção e a venda de
drogas, bem como a lavagem do dinheiro do tráfico, constituem, sem dúvida, um
dos principais elementos de complicação dos entendimentos políticos, econômicos
e sociais do século XXI no mundo. Vale ressaltar que a atividade criminosa vem
sendo estimulada, em muitos pontos, pelo processo de globalização, baseado num
relacionamento perverso do tipo centro-periferia, pelos problemas éticos e
morais de determinadas autoridades públicas, bem como pela certeza de
impunidade, principalmente no que diz respeito aos crimes do “colarinho
branco”. Sem dúvida, é lamentável, o narcotráfico tornou-se em importante
atividade econômica para alguns países. Passando dos aspectos macros, para
aqueles relacionados intrinsecamente com as famílias e as pessoas, percebemos
com mais nitidez o mal causado pelas drogas. A desarticulação familiar, filhos
matando pais e vice-versa e irmão destruindo literalmente a vida de irmãos,
leva-nos a prever dias de angústias, de desesperança e de mais violência.
Estamos perplexos e com medo. Sem deixar de reconhecermos a importância da
repressão, acreditamos na eficácia da prevenção, mediante investimentos na área
social, criação de empregos, melhoria na distribuição de renda, redução da
pobreza, enfim, no desenvolvimento integrado e sustentável. A droga deixou
apenas de ser um negócio escuso para se tornar, contra a vontade da grande
maioria das nações, num problema cultural. Devemos aproveitar a globalização
para combater o narcotráfico e não, como já foi mencionado, para facilitar.
Precisamos ter consciência de que o sentido da vida é ser útil e feliz. Não apenas
por palavras, mas também mediante atitudes simbólicas, pode-se externar bom
comportamento. Pensar e agir com lucidez constituem o caminho para a solução
dos problemas. Nunca é tarde e impossível para ser feliz. Procurar a morte é
covardia. Não às drogas.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 28/6/2019.
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