Por Pe. Rino Bovini (*)
O Leão XIV apresentou sua intenção de
oração para o mês de novembro no vídeo produzido e divulgado pela Rede Mundial
de Oração do Papa. "Rezemos para que as pessoas que lutam contra
pensamentos suicidas encontrem em suas comunidades o apoio, a assistência e o
amor de que precisam e se abram para a beleza da vida". Na audiência
pública o Papa afirmou que é necessário vivenciar a potência da Ressureição que
transforma a dor da Via Crucis na alegria da Via Lucis.
Os dados que a Organização Mundial da Saúde
(OMS) apresenta são preocupantes. Todo ano cerca de 800 mil pessoas no mundo se
suicidam, mais de 2 mil por dia. Mais da metade dos suicídios globais (56%)
ocorre antes dos 50 anos. Para cada suicídio, há muito mais pessoas que atentam
contra a própria vida.
O suicídio é a segunda principal causa de
morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos e 79% ocorrem em países de
baixa e média renda. A OMS afirma que 30% da população ativa sofre de algum
transtorno mental.
Tudo isso é confirmado pela conferência
internacional que iniciou no dia 5 de novembro, em Roma, organizada pela
Associação dos Ministros Católicos para a Saúde Mental (CMHM) com o patrocínio
da Pontifícia Academia para a Vida.
Até 7 de novembro, pessoas de todo o mundo,
envolvidas na pastoral da saúde mental, discutirão como acompanhar as pessoas
que enfrentam problemas dessa natureza, como depressão, dor profunda e
prevenir, através da escuta e da proximidade, o risco de suicídio.
O Movimento Saúde Mental vai contribuir
neste evento apresentando a sua metodologia socioterapêutica de múltiplo
impacto, a Abordagem Sistêmica Comunitária, elaborada em quase 30 anos de
experiência no Bom Jardim.
Acolher, escutar e cuidar das pessoas que
sofrem psiquicamente são os passos principais para iniciar um processo de cura
e de evolução, oferecendo caminhos para ressignificar a doença e transformá-la
numa oportunidade de evolução biopsicossocioespiritual.
A Comunidade se organiza autopoieticamente
e encontra caminhos de solução mobilizando a comunicação intrapessoal e
interpessoal, através das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
(PICS). As vivências terapêuticas também favorecem o encontro com a dimensão
sagrada do ser humano, fortalecendo a Fé no Deus da Vida, que nos ajuda a
transformar a dor da via Crucis na alegria da cura da via Lucis.
(*) Médico psiquiatra e padre missionário
comboniano.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 7/11/2023. Opinião. p.18.

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