quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

A CULTURA E A ECONOMIA

Por Lauro Chaves Neto (*)

A cultura é constituída, segundo o mestre Morin, pelo conjunto dos saberes, fazeres, normas, proibições, estratégias, crenças, ideias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social.

Segundo a UNESCO, a cultura é fundamento da identidade, da energia e das ideias criativas dos povos, em toda sua diversidade, sendo, portanto, Fator de desenvolvimento e coexistência. No mundo globalizado, a noção de cultura amplia-se ainda mais em vista da interculturalidade.

As informações sobre a Economia da Cultura no Brasil são imprecisas e, muitas vezes, contraditórias. O país parece não entender a sua importância para o desenvolvimento, mesmo com o gigantesco potencial e diversidade cultural brasileiro.

Em 2020, segundo o Observatório Itaú Cultural, a economia da cultura e das indústrias criativas do Brasil movimentou 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), já segundo a FIRJAN, foi responsável por 2,6% do PIB em 2017. Existe, no entanto, uma lacuna em dados oficiais consolidados sobre a dimensão desse mercado e o seu impacto nos demais setores da economia.

Existe uma cadeia de valor extensa que se beneficia social e economicamente do efeito multiplicador da atividade cultural, área onde o Brasil possui um conjunto de vantagens competitivas que podem torná-lo um dos mais importantes players internacionais.

Formar um público consumidor para a cultura constitui-se em um dos maiores desafios que para ser superado deveria contemplar o desenvolvimento de produtos culturais específicos para as características de cada público-alvo e, principalmente, privilegiar os jovens, criando o hábito do consumo cultural.

As cidades criativas sempre devem ter a cultura como destaque nos seus planos de desenvolvimento, onde a inclusão social e a redução das desigualdades também podem ser alavancadas com a sua consolidação. A competitividade e a identidade dos territórios são impactadas pela relevância assumida pela cultura no processo de transformação urbana e empoderamento popular.

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 11/11/25. Opinião. p.14.


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