Por Lauro Chaves Neto (*)
A cultura é
constituída, segundo o mestre Morin, pelo conjunto dos saberes, fazeres,
normas, proibições, estratégias, crenças, ideias, valores, mitos, que se
transmite de geração em geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a
existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social.
Segundo a UNESCO,
a cultura é fundamento da identidade, da energia e das ideias criativas dos
povos, em toda sua diversidade, sendo, portanto, Fator de desenvolvimento e
coexistência. No mundo globalizado, a noção de cultura amplia-se ainda mais em
vista da interculturalidade.
As informações
sobre a Economia da Cultura no Brasil são imprecisas e, muitas vezes,
contraditórias. O país parece não entender a sua importância para o
desenvolvimento, mesmo com o gigantesco potencial e diversidade
cultural brasileiro.
Em 2020, segundo
o Observatório Itaú Cultural, a economia da cultura e das indústrias criativas do
Brasil movimentou 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), já segundo a FIRJAN,
foi responsável por 2,6% do PIB em 2017. Existe, no entanto, uma lacuna em
dados oficiais consolidados sobre a dimensão desse mercado e o seu impacto nos
demais setores da economia.
Existe uma cadeia
de valor extensa que se beneficia social e economicamente do efeito
multiplicador da atividade cultural, área onde o Brasil possui um conjunto de
vantagens competitivas que podem torná-lo um dos mais importantes players
internacionais.
Formar um público
consumidor para a cultura constitui-se em um dos maiores desafios que para ser
superado deveria contemplar o desenvolvimento de produtos culturais específicos
para as características de cada público-alvo e, principalmente, privilegiar os
jovens, criando o hábito do consumo cultural.
As cidades
criativas sempre devem ter a cultura como destaque nos seus planos de
desenvolvimento, onde a inclusão social e a redução das desigualdades também
podem ser alavancadas com a sua consolidação. A competitividade e a identidade
dos territórios são impactadas pela relevância assumida pela cultura no
processo de transformação urbana e empoderamento popular.
(*)
Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de
Economia.
Fonte: O Povo, de 11/11/25. Opinião. p.14.

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