sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

FOLCLORE POLÍTICO: Porandubas 852c

Em 1998

A eleição presidencial de 1998 no Brasil foi realizada em um domingo, 4 de outubro de 1998. Foi a terceira eleição presidencial do país após a promulgação Constituição Federal de 1988. Pouco antes desse pleito foi aprovado um projeto de emenda constitucional permitindo a reeleição aos ocupantes de cargos no Poder Executivo. Em segundo lugar ficou Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (PT) com quase 32% dos votos. Ciro Gomes, então membro do Partido Popular Socialista (PPS, atual Cidadania), veio em terceiro lugar, com mais de sete milhões de votos (quase 11% do total). Esta eleição trouxe o uso das urnas eletrônicas, que seriam utilizadas em todos os municípios no pleito seguinte. A disputa pela presidência em 1998 contou com 12 candidatos, o maior número da história do país desde a eleição de 1989, quando mais do que o dobro de candidaturas foram lançadas.

Fofoca que "puniu" Heleno Torres

As conversas com o ex-presidente Michel Temer geralmente ocorrem em almoços: ele, o amigo em comum José Yunes e este escriba. (Esses encontros costumam ocorrer às sextas-feiras e, às vezes, contavam com a participação com Delfim Netto, com sua verve apurada, o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira e outros que integram um "clubinho" de advogados amigos). Em um desses almoços, em um restaurante nos Jardins, deparamo-nos com o advogado e professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, o pernambucano Heleno Torres, um dos maiores tributaristas do país, que se fazia acompanhar em sua mesa do então Advogado-Geral da União, Luis Inácio Adams. Ao nos ver chegar, Heleno e Adams dirigiram-se à nossa mesa para cumprimentar Michel. O mesmo ocorreu na saída. Heleno despediu-se de nós. Perguntei a Heleno: "E aí, já é ministro?". O advogado respondeu: "Não, mas se for convidado, você receberá convite para minha posse". Ao chegar ao meu escritório, vi estampada no UOL a manchete: "Heleno Torres escolhido para o STF". Jornalista, não pude resistir à ideia de confirmar a informação. Disse o que Heleno teria me dito; "não fui convidado, mas se for, você será convidado para a posse". Coloquei-a no Twitter. Instantes depois, recebo um telefonema de Thomas Traumann, então ministro da Secretaria de Comunicação, em tom de recriminação, dizendo que a informação não era verdadeira e que estava sabendo de nossa confraternização em um restaurante. Confraternização? Que maluquice era essa? Indaguei. Segundo a fofoca, estávamos todos, Michel à frente, brindando o convite a Heleno Torres... Azucrinavam os ouvidos da presidente Dilma, que não acreditou estarmos em mesas separadas, não havendo almoço conjunto nem comemoração. Insisti para que ele, Traumann, lesse a manchete nas redes sociais. Hoje, mantenho a informação: vi estampada na rede de um jornal a informação sobre a escolha do tributarista.

Resumo da história: se estava prestes a ser convidado, o amigo Heleno teria perdido a vaga por causa desse lamentável episódio, que mostra a índole da então presidente Dilma: "castigar" o professor por uma informação errada que recebera de sua assessoria. Luis Inácio Adams estava presente. Não seria o caso de ser ouvido pela presidente?

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/409594/porandubas-n-852

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