Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
No artigo publicado neste Jornal O POVO, no
dia 08 de setembro deste 2025, fizemos um breve apanhado da importância
histórica do Cemitério São João Batista, às vésperas de completar os seus 160
anos de inauguração.
No ensejo, colocamos como importante a
transformação do Cemitério em um equipamento turístico-cultural, dada essa
história centenária, sua riqueza arquitetônica e artística, permitindo a
proteção e a promoção do patrimônio histórico, a criação de espaço para
aprendizado sobre a história de Fortaleza, arte tumular e personalidades ali
sepultadas.
Com isso, o Cemitério seria desmistificado
como um local tabu e visto na sua realidade de um ambiente de reflexão e um
museu a céu aberto, capaz de contar a história dos grandes vultos da nossa
história, como políticos, artistas, empresários, intelectuais e heróis.
Os 95 mil metros quadrados do São João
Batista permitem roteiros diversificados. Para além das visitas a túmulos
dessas figuras da história política, das artes em suas diversas formas e
daqueles que geraram lendas e contos populares, há outros focos a explorar,
como a arquitetura, a escultura e a simbologia ali presentes.
É também um ambiente propício a visitas especiais
noturnas, para uma experiência imersiva, exposições temporárias, aulas,
oficinas de Tanatologia, lançamentos de livros, apresentações artísticas,
dentre outras formas de atração para o público, tanto local quanto os turistas
que visitam Fortaleza e querem enriquecer sua experiência com a história da
cidade, tudo com o respeito e a discrição exigidos.
Os temas para a programação cultural e
educativa são por si sós muito ricos, como a simbologia tumular, a arte e a
arquitetura funerária, os trabalhos dos escultores e a própria história da
morte. Afinal, pode-se escolher entre patrimônio e arte, história e memória,
turismo e cultura, dentre outros olhares não excludentes.
Em uma parceria com o poder público, as
universidades, colégios, academias, institutos, representações do empresariado
e atuais responsáveis pelos túmulos, pode-se dar vida a um projeto que
engrandecerá ainda mais a rica história do Ceará.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 1/12/25. Opinião. p.18.

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