sexta-feira, 8 de março de 2019

AOS VIVOS: De R$ 3,40 em R$ 3,40... ... e outros causos Blog 8/3/19


De R$ 3,40 em R$ 3,40...

João Cará em casa, enfim. Telefone toca - sexta-feira, beirando meio dia. De novo a irmã Neinha – especialista em dar conta de quem morreu – com as últimas, direto do complexo velatorial que ama frequentar. Notícia de enterro é com ela.
- João, chuta quem é o morto da vez, aqui na minha frente!
- Acabei de sair daí e já tem outro?
- Ora se! Se arrume que às 15 horas tem novo chororô aqui na funerária top!
- Neinha, ainda tô com o cheiro do derradeiro defunto.
- Vai ter que voltar e me fazer companhia. É Pedim Babau que bateu a biela!
- Tio Pedim? Não! Aguento mais não! É o quinto velório só essa semana...
- Venha, senão mãe briga!
- Parece que morrer tá na moda! Posso ao menos dormir uma coisinha?
- Sim. E como tem mais dois no ponto de ‘fazer a passagem’ de hoje pra amanhã...
- ‘Quens’?
- Mororó e Dalmizinho!
- Que minha irmã sugere?
- Traga rede e lençol!
- ‘Tarará’ dizendo que depois desses aí é a minha vez?
- Não! É pra tu não ficar gastando esse horror de dinheiro com passagem!
Mais uma do Giovani Oliveira
Vejam só a sugestão de título de um bolero que maestro Castanhola me enviou: - se saudade matasse, eu morreria mil vezes só para urinar na tua cova
Matuto do sítio Cafundó vendeu a bicicleta de tromba, quatorze botijões de gás, dez garrafas de gergelim, três bacorinhos, uma casa do lado da sombra e veio para Iguatu montar um bar.
Negócio já em funcionamento, o matuto se apressa em atender o primeiro cliente, tipo esnobe que, estacionando o carro na calçada, mal se abanca e já pede cerveja, no que é prontamente atendido. Depois do primeiro copo, o boçal pergunta:
- Você tem Júlio Iglesias?
E o matuto, tadinho...
- Meu senhor, o tira gosto que tem é tripa de pôico. Séive?
Leal jura que é verdade
1 – Saindo da ‘rádia’, Jocélio conta a boa: empresário famoso da terrinha conta que quando dois cearenses se encontram, há três perguntas que inexoravelmente fazem, exatamente nessa ordem, após o tradicional “Ei, mah!”. São elas:
- Tá mexendo com o quê?
- E tá dando?
- Tá tirando na faixa de quanto?
É vero! Digo ainda: pode cair no próximo Enem.
2 – No banheiro do macharal, na Ceasa, continua Leal, um matutinho (estilo dono do bar citado acima pelo Giovani) toma conta do espaço na maior alegria. Entre atento e solícito, mostra a quem adentra o rolo de papel higiênico, gritando dissilábico:
- É barro*?
* Se for barro – arrear o barro (obrar), taqui o limpador das partes!
Motes de morte
Achava que após o mote escandaloso sugerido ao cantador de Limoeiro (“Se eu morrer sem gozar do seu amor, minh’alma seguir-te-á ‘armada’ até os dentes”), jamais aparecesse algo assemelhado. Mas, vejam só a sugestão de título de um bolero que Maestro Castanhola me enviou, pedindo floreado:
- Se saudade matasse, eu morreria mil vezes só para urinar na tua cova.
Fonte: O POVO, de 16/3/2018. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos. p.2.

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