terça-feira, 16 de janeiro de 2024

EDUCAÇÃO — da COP 28 à COP 30

Por Sofia Lerche Vieira (*)

Em meio a um contexto de crise climática planetária, o mundo volta-se para Dubai, sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28). Entre 30 de novembro e 12 de dezembro cerca de 70 mil pessoas se reúnem nos Emirados Árabes para debater e buscar soluções sustentáveis para problemas decorrentes da exploração abusiva dos recursos naturais. O aquecimento global é tema central desse evento, onde o Brasil se faz representar por uma grande comitiva, liderada pelo presidente Lula.

O chamamento global à busca de soluções para a crise do clima revela a urgência de buscar alternativas coletivas para preservar e restaurar o meio ambiente, contribuindo para uma vida melhor na face da terra.

A educação pode contribuir para o equacionamento de tais problema mediante a formulação e implementação de políticas curriculares com foco da melhoria dos ecossistemas. Para que isto ocorra é necessário eleger o respeito ao meio ambiente como eixo transversal da trajetória escolar de todos os estudantes.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que orienta os documentos curriculares dos estados e municípios brasileiros não oferece caminhos claros nessa direção. Diante dos desafios emergentes na esfera ambiental, seria oportuno rever o que está proposto nas orientações nacionais e subnacionais, de modo a eleger a educação ambiental como eixo estruturante do trabalho escolar.

Tal movimento requer uma mobilização de toda a sociedade, particularmente formuladores e implementadores de políticas educacionais. Iniciativas de formação continuada de professores com foco na preservação e restauro do meio ambiente podem contribuir de forma significativa para enfrentar a crise climática e envolver os estudantes nesse processo.

Em 2025 o Brasil irá sediar a COP 30, que será realizada em Belém do Pará. No intervalo que separa essas duas conferências, cabe ao país buscar soluções para os problemas associados à pauta climática, aproveitando a oportunidade para construir um caminho seguro rumo a uma cidadania ambiental global crítica e consciente através da educação.

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 4/12/23. Opinião. p.28.

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