segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Novo ano e alguns velhos desafios na saúde

Por Antônio Rodrigues Ferreira Júnior (*)

Neste período todos os cearenses refletem acerca das metas cumpridas durante o ano e renovam as esperanças e compromissos para o ciclo vindouro. Na saúde do Ceará, o monitoramento é contínuo e denota antigos desafios que precisam ser enfrentados para qualificação da atenção em todo o território.

Há novidades, no entanto algumas preocupações recorrentes rondam a mente de profissionais e gestores para o ano de 2024, exemplificadas no questionamento: quais as repercussões das eleições municipais para a implementação das políticas de saúde durante os próximos 12 meses? Que se consiga evitar as influências negativas do processo, como possível diminuição do ritmo da máquina pública e descontinuidade de serviços.

Para além deste cenário, salienta-se a demanda constante por financiamento para a área e necessidade de discussão sobre o pacto federativo brasileiro, que descentralizou responsabilidades, mas não descentralizou de forma similar a distribuição dos recursos financeiros.

Ao pensar que está distante uma divisão equitativa do dinheiro necessário para o desenvolvimento das atividades de saúde, as gestões municipais e estadual precisarão qualificar processos de governança, ao tempo em que a comunicação com os usuários do sistema exige atualização. A contemporaneidade tem ampliado o acesso das pessoas à informação e os trabalhadores da saúde precisam otimizar o uso destas novas ferramentas para permitir mais acesso aos serviços, como a adoção de telessaúde.

Os governos necessitarão focar em 2024 na melhora dos indicadores de saúde como vacinação e amamentação para o cumprimento de metas anteriormente estabelecidas. Também deverão trabalhar para ampliação do acesso a serviços especializados, com maior oferta de vagas em áreas específicas como a oncologia.

No âmbito do Estado, talvez o maior desafio seja o início do funcionamento do Hospital Universitário da Uece, que emerge como equipamento estratégico para responder demandas da atenção especializada. Devido ao seu tamanho, capacidade de atendimentos e relevância, exigirá grandes esforços para que os cearenses possam utilizá-lo. Que isso ocorra, para ao final do próximo ano possamos analisar seus números e estipular novas metas.

(*) Professor e Vice-coordenador do PPSAC/Uece.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 20/01/2024. Opinião. p.16.

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