quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

ECONOMIA DA MODA E A REAÇÃO DO CEARÁ

Por Roberto Macedo (*)

Estive presente na cerimônia de entrega da Medalha Beni Veras ao presidente da Federação das Industrias dos Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, realizada no último dia 23 pelo SindRoupas e SindConfecções, sindicatos que representam empreendedores da cadeia produtiva da moda no Ceará.

Esse evento teve um brilho especial por reunir em si dois nomes de grande significado para essa economia: o ex-governador Beni Veras (1935-2015), que nomina a comenda, como empresário, à frente da Saronord e da Guararapes, deu grande contribuição ao segmento de confecções, enquanto Ricardo Cavalcante tem se destacado como defensor da volta do Ceará ao topo da indústria da moda e de confecções no Brasil. Este foi também o mote das falas dos presidentes Paulo Alexandre (SindRoupas) e Daniel Gomes (SindConfecções).

Ao comentar o potencial cearense nesse tipo de atividade, que emprega muita gente, Ricardo Cavalcante relatou uma conversa recente que teve com Ricardo Steinbruch, da Vicunha, que afirmou a disposição da sua empresa, que é a maior indústria têxtil da América Latina e referência mundial na produção de jeans, de ampliar a presença no Ceará, desde que seja barrada a concorrência desleal de tecidos e roupas que não pagam impostos.

O obstáculo atual é enorme, considerando que os produtos asiáticos (China, Taiwan, Hong Kong, Indonésia, Tailândia, Paquistão e Índia) têm preços artificialmente baixos em virtude de circunstâncias de mão de obra barata. Isso requer o empenho especial das nossas lideranças empresariais, governamentais e acadêmicas, de modo a, como propõe o Ricardo Cavalcante, elevar o Ceará à posição de topo que já ocupou décadas atrás na cadeia produtiva da moda.

Temos alguns fatores para avanços nesse sentido, como o potencial do nosso Estado na produção de energias limpas, para mover a nossa indústria, o que é muito bom como diferencial competitivo no mercado internacional, e a prorrogação por mais cinco anos dos incentivos fiscais sobre Imposto de Renda (IR) voltados para a redução das desigualdades regionais. A sociedade pode e deve se engajar também em movimentos como esses.

(*) Economista. Empresário.

Fonte: O Povo, de 4/12/23. Opinião. p.20.

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