quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Distanciamento social, medidas de prevenção e combate ao SARS-Cov-2 para a preservação de vidas


Por Profa. Dra. Maria Lúcia Duarte Pereira (*)
Estudar a dinâmica das doenças infecciosas e de surtos de novas doenças é fundamental. Para isto, a modelagem matemático-epidemiológica é um recurso que permite avaliar como estas doenças irão se comportar e permite a elaboração de políticas públicas a fim de minimizar o número de casos e suas consequências.
No âmbito da doença causada pelo novo coronavirus (SARS-CoV-2), o artigo intitulado “Estimação e predição dos casos de Covid-19 nas metrópoles brasileiras” (SOUSA et al., 2020), publicado na Revista Latino-Americana de Enfermagem, teve como objetivo estimar a taxa de transmissão, o pico epidemiológico e os óbitos pelo novo coronavirus.
O modelo utilizado chama-se SIR, pois considera três grupos para os surtos, os suscetíveis, os infectados e os recuperados. Cada curva epidêmica desses grupos é representada por uma equação diferencial e os termos de transição entre grupos possibilitam estimar a taxa de transmissão da doença, ou seja, quantas pessoas sadias uma pessoa doente pode infectar.
Assim, ao utilizar este método com os dados da Covid-19 das nove capitais brasileiras que apresentavam o maior número de casos nas duas primeiras semanas de infecção comunitária no Brasil, identificaram-se taxas de transmissão da doença, número de casos e possíveis óbitos até o octogésimo dia de infecção.
A pesquisa em epígrafe trata-se de um estudo preditivo e os resultados mostraram a rápida disseminação do vírus e a sua alta mortalidade. Mas também constatou que vidas foram poupadas com o isolamento social, as medidas de prevenção e combate ao SARS-Cov-2. Gestores de saúde organizaram os serviços a partir de políticas públicas, como a criação de leitos hospitalares, a compra de equipamentos médicos e a implementação de educação em saúde, para assegurar a quarentena e distanciamento social.
Constata-se portanto que, a pesquisa e comunicação científica têm um papel fundamental no desenvolvimento e na prática da saúde. A formulação de políticas públicas e as tomadas de decisão em níveis nacional, regional e global necessitam das melhores evidências para fazer recomendações e traçar estratégias e metas para a saúde.
(*) Docente do Curso de graduação em Enfermagem. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Coordenadora do GT de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus da UECE.
* Publicado In: Jornal do médico digital, 1(3): 86-7, julho de 2020. (Revista Médica Independente do Ceará).

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