quinta-feira, 27 de agosto de 2020

TRANSDISCIPLINARIDADE x PANDEMIA


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
TRANSDISCIPLINARIDADE é algo integrador de disciplinas diversas; poderíamos usar como exemplo a Ecologia que se vale de várias ciências (sociologia, biologia, geografia, botânica, etc.) para apoiar o estudo de uma unidade complexa. (MORIN, E.A. cabeça bem feita: repensar a reformar, reformar o pensamento. RJ. 15ªed. Bertrand Brasil, 2008.), conferir: https://www.dicionarioinformal.com.br/transdisciplinaridade/
PANDEMIA [do gr. pandémia.] Doença epidêmica amplamente difundida. (Dicionário Aurélio) A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou como pandêmica a gripe causada pelo Covid-19, o novo coronavírus (Sars-COV-2).
As pesquisas transdisciplinares poderiam estar mais corretamente centradas neste momento de “pandemônio informatizado” causado por esse vírus denominado Covid-19. Essa falta de concentração poderia ser melhorada através dos jornais, rádios, TV, blogues ou sites especializados. A facilidade de acreditar em terceiros, simplória e evidente, é uma das maiores dificuldades da espécie Homo sapiens. Há pairando no ar um culto às fantasias causadas pela mixagem de notícias distorcidas por polarização política.
Poucos são os midiáticos e os medicinais que sabe distinguir o significado de certos termos, tais como: endemia (enfermidade entre pessoas que em maior ou menor grau habitam determinada localização geográfica); epidemia (aumento da incidência de uma doença) e surto (quando ocorre um aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica).
Tanto os epidemiologistas quanto sobretudo os jornalistas, têm como objetivo final promover a qualidade da informação que recebem e transmitem aos seus escutadores, fazendo uso de dispositivos moveis ou imóveis.
Lembrem-se: as pandemias passam, porém, as sequelas traumáticas permanecem.
Prossigo: alguns médicos e cientistas, em busca dos seus 15 minutos de glória, dão opiniões tão absurdas que prefiro considerar que seja por ignorância ou por não serem especialistas no assunto. Seria talvez decorrência da nossa Cultura coeva em que prevalece o narcisismo, termo que vem do mito grego de Narciso; um bonito jovem e indiferente ao amor que ao se ver refletido na água apaixonou-se pela própria imagem refletida.
Não é segredo: somos feitos de pó, vaidade e muito medo, segundo afirmava o profeta Millôr Fernandes.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES) e da Academia Recifense de Letras. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).

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