Por Rita Fabiana Arrais (*)
No atual cenário
socioeconômico do país, o local de moradia é o trunfo que possibilita os
indivíduos saciarem as necessidades básicas sem maiores gastos além daqueles
programados mensalmente. Pode-se encontrar um celeiro de oportunidades no campo
profissional com remunerações consideráveis, ou empreender no mercado local.
É bem verdade que
não buscamos somente isso! Com o tempo passamos a querer uma vida para além do
labor, uma qualidade de vida. E o que é isso?
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS, 2003), qualidade de vida é "a percepção do
indivíduo de sua inserção na vida", considerando o dinamismo das relações
sociais e as sensações de bem-estar como, por exemplo: saúde, educação,
cultura, lazer, meio ambiente.
No ano de 2024
buscou-se mensurar a qualidade de vida em cada cidade do Brasil - por meio do
Índice de Progresso Social - pautando-se na avaliação de 53 indicadores sociais
e ambientais divididos em três grupos (Necessidades Humanas Básicas,
Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades), com escala de pontuação de 0 a 100.
O Ceará, a nível
nacional ficou com a décima terceira posição, e sua capital em décimo oitavo. A
Região Metropolitana do Cariri (RMC) dominou o top 10 das melhores cidades
cearenses para se viver bem. A cidade de Juazeiro do Norte ocupou a segunda
colocação (64,4 pontos) mostrando maior força nos critérios de Fundamentos do
Bem-estar e Oportunidades, Crato a quarta colocação (62,86 pontos) com destaque
também nesses itens e Brejo Santo em nono (61,24 pontos) demonstrando força nas
Oportunidades.
Esses dados
trazem à reflexão o abismo entre Crescimento Econômico e Desenvolvimento
Social, pois se levarmos em consideração o PIB per capita da cidade de Barbalha
nessa mesma pesquisa, encontraremos valores maiores do que Crato e Brejo Santo,
contudo a cidade ficou apenas em quinquagésimo quinto (58,43 pontos).
Ressalta-se que
relatórios baseados em dados públicos são relevantes para que haja avaliações
mais profundas em relação aos gargalos que impedem melhores desempenhos quanto
ao saciar das necessidades da população e a qualidade de vida. E para isso, é
preciso rever o benefício coletivo do uso dos investimentos públicos e
incentivos privados.
(*) Economista.
Fonte: O Povo, de 14/02/25. Opinião. p.17.
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