Por José Lima de Carvalho Rocha (*)
Há cerca de 15 mil anos, curandeiros
buscavam aliviar dores e salvar vidas. Mas, somente no século XI, a medicina
iniciou sua organização e sistematização. Hoje a saúde no Brasil reflete um
cenário multifacetado, pois, apesar de sua riqueza em diversidade cultural e
biológica, o país enfrenta profundas desigualdades gerando grandes desafios. A
integração de tecnologias à prática médica, por sua vez, oferece avanços
importantes, mas exige reformulação curricular para formar médicos aptos a essa
nova realidade.
Nesse contexto, torna-se imprescindível
repensar a formação médica, priorizando o desenvolvimento de profissionais que
unam competência técnica, domínio dos avanços científicos e tecnológicos,
habilidades práticas e atendimento humanizado.
Diante disso, a escolha de professores é
fundamental nesse processo. Eles devem ser qualificados, inspiradores,
comprometidos com a docência e capazes de orientar os alunos de forma ética e
motivadora. Além disso, as metodologias precisam ser selecionadas com rigor, de
modo a atender ao conteúdo, aos objetivos e ao contexto de aprendizagem. A
telemedicina já é regularmente utilizada. Sua aplicação é indispensável,
especialmente em regiões remotas, onde, muitas vezes, é a única opção de
atendimento.
Em áreas urbanas, ela oferece conforto e
agilidade a pacientes e médicos. Paralelamente, a Inteligência Artificial (IA)
revoluciona a prática médica, aumentando a eficiência do atendimento.
Incorporar a IA e a telemedicina nos currículos médicos é essencial para
garantir seu uso ético e eficaz, sem comprometer a humanização do cuidado.
A educação médica contemporânea deve ser
dinâmica, adaptar-se às rápidas transformações científicas e tecnológicas. Com
isso, o principal desafio é formar médicos competentes, capazes de integrar
inovação tecnológica com cuidado humano. Os educadores, comprometidos, moldam
uma geração de profissionais prontos para inovar, equilibrando ética,
tecnologia e empatia.
(*) Médico e pedagogo.
Reitor do Centro Universitário Christus (UniChristus) e diretor do Colégio
Christus. Membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 31/01/2025. Opinião. p.16.
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