Por Luiz Gonzaga Fonseca
Mota (*)
Resolvemos, no início do corrente ano, tentar desenvolver um “projeto
piloto” que fosse um estímulo para melhorar o nível da leitura de crianças e
jovens, na faixa etária de 5 a 14 anos, pertencentes a escolas ou a associações
com poucos recursos financeiros. A ideia fundamental foi a de criar ou ampliar,
nas referidas instituições, minibibliotecas. As ações se concentrariam nos
bairros mais carentes de Fortaleza e em algumas regiões do interior do Estado.
Não achamos conveniente solicitar o apoio do setor público, mas contar com a
colaboração espontânea de pessoas jurídicas e físicas no tocante somente à
doação de livros; nunca buscamos o apoio financeiro de ninguém. Apesar das
dificuldades, conseguimos, com muito esforço, criar ou ampliar 32 unidades.
Atuamos em instituições públicas, bem como católicas, evangélicas, indígenas,
maçônicas, vez que o objetivo foi o de alcançar unicamente a população
infanto-juvenil, pois acreditamos que a leitura é um dos pilares básicos da
educação e da cultura, ou seja, do desenvolvimento humano. Essa experiência nos
mostrou que é possível se criar um “mutirão educacional e cultural” em favor
das populações mais carentes e não ficar esperando pela “boa vontade” das
autoridades públicas. Pensemos em nossas crianças e jovens. Na medida em que
adquiram o “bom vício” da leitura, com certeza, ficarão longe de “maus vícios”.
Estamos sonhando com esperança; raciocinando com fé e agindo com amor para
alcançarmos uma realidade saudável. Possuímos, no Brasil, entre centenas,
algumas instituições, academias e associações literárias que desenvolvem
excelente trabalho social, não fazem apenas reuniões comemorativas. No entanto,
bom seria se houvesse uma unanimidade em torno de um “mutirão educacional e
cultural”. Por fim, digo a todos que ajudaram no “projeto piloto”: Deus lhes
pague.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 20/12/2019.
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