terça-feira, 17 de dezembro de 2019

A ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA E O SUS NO CEARÁ


Por Marcelo Alcântara Holanda (*)
Há cerca de três anos escrevi artigo neste jornal justificando e enumerando três requisitos para o Sistema Único de Saúde (SUS) se consolidar: garantia de financiamento, modelo de gestão efetivo e engajamento político de governantes. Acrescento outro: o conhecimento. O presente se mostra auspicioso para convergência dos quatro elementos visando um propósito elevado: a melhoria da qualidade de vida e da felicidade das pessoas. É nesta perspectiva que um mapa estratégico pujante foi elaborado para a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP) Paulo Marcelo Martins Rodrigues que visa contribuir com a missão e os objetivos da Plataforma de Modernização da Secretaria de Saúde do Estado, lançada em agosto deste ano. É fato que o SUS padece das fragilidades de planejamento, de acompanhamento de indicadores, e sobretudo, da produção e gestão do conhecimento.
Fundada há 26 anos, a ESP/CE, patrimônio dos cearenses, cuida da qualificação da força de trabalho, de todas as categorias de profissionais da saúde, o que implica em dezenas de milhares de trabalhadores, abrangendo desde agentes de saúde, na atenção primária, a médicos especializados em procedimentos de alta complexidade, nos grandes hospitais. Para além desta missão fundamental, ela assumirá protagonismo em cinco novos eixos de ação: a pesquisa clínica em rede, a inovação em saúde, a avaliação e o treinamento baseado em simulação, a educação dos cidadãos para o autocuidado e a criação de um sistema de inteligência em saúde. Este último, surge da necessidade de prover o sistema com informações precisas, integradas e em tempo real, de acordo com a dinâmica do perfil epidemiológico e demográfico da população, contribuindo para o processo de tomada de decisão e de proposições de políticas públicas. Em paralelo, possibilitará o diagnóstico das lacunas de formação e de provimento dos trabalhadores com base em indicadores de saúde e da qualidade do cuidado, embasando a política estadual de educação permanente e o dimensionamento das necessidades de profissionais e de suas competências. A ESP/CE vem compor o alinhamento da vontade política do governo estadual, do dinamismo na gestão, da busca por sustentabilidade e da construção coletiva dos saberes em prol de um Ceará cada vez mais saudável.

(*) Superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues

Fonte: O Povo, de 21/10/19. Opinião. p.21.

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