Por Marcelo Alcântara Holanda (*)
Há cerca de
três anos escrevi artigo neste jornal justificando e enumerando três requisitos
para o Sistema Único de Saúde (SUS) se consolidar: garantia de financiamento,
modelo de gestão efetivo e engajamento político de governantes. Acrescento
outro: o conhecimento. O presente se mostra auspicioso para convergência dos
quatro elementos visando um propósito elevado: a melhoria da qualidade de vida
e da felicidade das pessoas. É nesta perspectiva que um mapa estratégico
pujante foi elaborado para a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP) Paulo
Marcelo Martins Rodrigues que visa contribuir com a missão e os objetivos da
Plataforma de Modernização da Secretaria de Saúde do Estado, lançada em agosto
deste ano. É fato que o SUS padece das fragilidades de planejamento, de
acompanhamento de indicadores, e sobretudo, da produção e gestão do
conhecimento.
Fundada há 26
anos, a ESP/CE, patrimônio dos cearenses, cuida da qualificação da força de
trabalho, de todas as categorias de profissionais da saúde, o que implica em
dezenas de milhares de trabalhadores, abrangendo desde agentes de saúde, na
atenção primária, a médicos especializados em procedimentos de alta
complexidade, nos grandes hospitais. Para além desta missão fundamental, ela
assumirá protagonismo em cinco novos eixos de ação: a pesquisa clínica em rede,
a inovação em saúde, a avaliação e o treinamento baseado em simulação, a
educação dos cidadãos para o autocuidado e a criação de um sistema de
inteligência em saúde. Este último, surge da necessidade de prover o sistema
com informações precisas, integradas e em tempo real, de acordo com a dinâmica
do perfil epidemiológico e demográfico da população, contribuindo para o
processo de tomada de decisão e de proposições de políticas públicas. Em
paralelo, possibilitará o diagnóstico das lacunas de formação e de provimento
dos trabalhadores com base em indicadores de saúde e da qualidade do cuidado,
embasando a política estadual de educação permanente e o dimensionamento das
necessidades de profissionais e de suas competências. A ESP/CE vem compor o
alinhamento da vontade política do governo estadual, do dinamismo na gestão, da
busca por sustentabilidade e da construção coletiva dos saberes em prol de um
Ceará cada vez mais saudável.
(*) Superintendente
da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues
Fonte: O Povo, de
21/10/19. Opinião. p.21.
Nenhum comentário:
Postar um comentário