Sufocando o passarinho
Inflamado,
o candidato eleva a fala no palanque. Argumentava que o povo livre sabe
escolher seus governantes. Para entusiasmar a multidão, levou um passarinho numa
gaiola, que deveria ser solto no clímax do discurso. No momento certo, tirou o
pássaro e com ele, na mão direita, tascou:
-
"A liberdade do homem é o sonho, o desejo de construir seu espaço, sua
vida, com orgulho, sem subserviência. Deus (citar Deus é um costume) nos deu a
liberdade para fazermos dela o instrumento de nossa dignidade; quero que todos,
hoje, aqui e agora, comprometam-se com o ideal da liberdade. Para simbolizar
esse compromisso, vamos aplaudir a soltura desse passarinho, que vai ganhar os
céus".
Ao abrir
a mão, viu que esmagara o passarinho. A frustração por ter matado o bichinho
foi um anticlímax. Vaias substituíram os aplausos. Foi um desastre. Assim é o
fim de candidatos que não controlam a emoção.
Fonte: Gaudêncio
Torquato (GT marketing comunicação).
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