domingo, 26 de abril de 2020

Saudades de Edyla Maria Porto de Freitas Camelo



Edyla Maria Porto de Freitas Camelo nasceu em Fortaleza em 15 de agosto de 1992.
Em 2010, ingressou no curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC) vindo a concluir em 2015, com a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) “Fisioterapia no tratamento dialítico: uma revisão integrativa”, orientada pela docente Raimunda Hermelinda Maia Macena.
Durante a sua graduação, Edyla Maria foi bolsista da Ação de Extensão "Programa da Saúde - PROSA TEEN" (2011-2012); bolsista de iniciação científica (2014-2015), participando da pesquisa intitulada "Fatores associados à prevalência do HIV e das hepatites B e C na população de agentes penitenciárias que atuam em unidades prisionais femininas no Brasil", tendo como orientadora a professora Raimunda Hermelinda Maia Macena; e monitora do Módulo Indivíduo Cultura e Sociedade e Saúde: Processo e Assistência (2015.1-2015.2).
Em 2012-13, ainda na graduação, integrou o grupo de bolsistas da CAPES, como participante do Programa Ciências sem Fronteiras, pelo qual cumpriu um ano de estudos “Sanduíche” na Universidade de Aveiro, em Portugal, tutorada pela professora Alda Marques, incluindo estágios em Fisioterapia, com ênfase na área musculoesquelética, neurologia e cardiorrespiratória no Hospital Dr. Francisco Zagalo de Ovar e no Centro de Saúde de Ovar.
Em 2015, obteve êxito em disputado processo seletivo, conseguindo vaga no Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Ceará (UECE), o que levou à antecipação de sua formatura na UFC, tendo em vista o início das aulas em janeiro de 2016, ano em que realizou com brilhantismo os créditos das disciplinas e estágios do programa. Em 2017, desenvolveu a sua dissertação de mestrado intitulada “Qualidade de sono e independência funcional em pacientes submetidos à hemodiálise”, sob a orientação da Profa. Dra. Paula Frassinetti Castelo Branco Camurça Fernandes, defendida com louvor.
Empenhada em dobrar desafios, cruzou novamente o Atlântico, em 2018, ao ser admitida no Doutorado em Fisioterapia da Universidade do Porto, em Portugal, que dava andamento com o projeto de tese “Alterações renais e musculares na nefrectomia unilateral com treinamento físico em ratos”, tendo por orientador o Prof. Dr. José Alberto Ramos Duarte.
A sua crescente produção científica registrada no Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/1401050375273204 constava das seguintes cifras: artigos completos publicados em periódicos (4), capítulos de livros publicados (5), trabalhos completos publicados em anais de congressos (3), resumos publicados em anais de congressos (6) e apresentações de trabalho (18). Era fluente em espanhol e inglês, condição que a habilitaria a futuras conquistas, além da Península Ibérica.
Estudiosa e determinada em alçar voos de grande autonomia, Edyla Maria Porto parecia ter pressa em galgar as sucessivas etapas de uma formação acadêmica e profissional de sucesso, o que indicava a obtenção do doutorado antes de completar a sua terceira década da vida.
Essa trajetória de vida foi bruscamente interceptada em junho de 2019, quando foi acometida de insidiosa e solerte enfermidade, que enfrentou com denodo e sem perder as esperanças de superação desse mal, dando, inclusive, prosseguimento ao seu doutoramento.
A despeito da oportuna e bem-conduzida assistência médica propiciada pelo Sistema de Saúde português, proporcionando cirurgia, radioterapia e quimioterapia, observando os mais modernos protocolos de atendimento, e não faltando o calor humano dos profissionais de saúde lusitanos, que tanto se desdobraram em seus cuidados, não foi, entretanto, possível vencer as tenazes então incrustadas na sua massa encefálica.
Como lenitivo, pode-se debitar que, no seu último ano de vida terrena, Edyla Maria encontrou a carinhosa acolhida do seu esposo Pedro Vieira Gurgel da Silva, com quem casara há poucos meses, e dos seus sogros José Gurgel Carlos da Silva e Isabel de Fátima Vieira, que largaram seus afazeres no Brasil para se fazerem presentes em momentos excruciantes da vida do jovem casal.
Ela voltou aos braços do Pai, quando contava apenas 27 anos de idade, em 24 de abril de 2020, na cidade do Porto, em Portugal. Contudo, em virtude das restrições viagens, decorrentes da presente pandemia de Covid-19, o seu corpo não foi transladado para Fortaleza, sendo sepultada em uma terra que tanto ela amava e tão bem a recebera.
Fortaleza, 25 de abril de 2020
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Ex-professor de Edyla e tio de Pedro

3 comentários:

Unknown disse...

Marcelo,
Parabéns pelo texto. Ele faz jus a tudo que sabemos sobre a Edyla. Temos certeza que ela cumpriu sua missão na terra, mas que continuará suas ações no reino celestial.
Meuris e Laerte

Marnessa disse...

Tive a oportunidade de conhecer a Edyla Maria Porto no Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da UECE, em 2016, onde trabalho como secretária. E realmente ela era uma pessoa maravilhosa, boa e humilde de coração. Meus sentimentos a toda a sua família.

Respeitosamente,
Marnessa Santos.

Marnessa disse...

Tive a oportunidade de conhecer a Edyla Maria Porto no Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da UECE, em 2016, onde trabalho como secretária. E realmente ela era uma pessoa maravilhosa, boa e humilde de coração. Meus sentimentos a toda a sua família.

Respeitosamente,
Marnessa Santos.

 

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