Juan Manuel Blanes. Un episodio de la fiebre amarilla. Museo
de Artes Visuales. Montevideo.
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O primeiro relato da ocorrência da peste aparece na Bíblia
Sagrada, onde se lê que por volta do ano 1000 a.C. os filisteus foram atacados
por uma praga de camundongos. Nessa época, os filisteus haviam tomado a Arca da
Aliança dos israelitas. Em suas perambulações, onde quer que levassem a Arca, a
peste seguia no seu rastro, fazendo com que a devolvessem aos levitas junto com
cinco camundongos de ouro.
A
Peste de Troia, descrita por Homero na Ilíada, irrompeu sob o reinado de
Príamo, 1285 a.C. A Peste de Atenas, a epidemia partida da Etiópia, rompeu em
Atenas, depois de ter passado pela Líbia e pelo Egito, em 428 a.C. durante o
segundo ano da Guerra do Peloponeso, transformando-se em verdadeira catástrofe
nacional. A Peste de Siracusa destroçou o exército cartaginês em 397 a.C.,
impedindo dessa forma que Aníbal conquistasse Roma.
A
Peste Antonina ocorreu no reinado de Marcos Aurélio, tendo devastado Roma,
depois toda a Itália e por último a Gália, estendendo-se até as cidades
situadas além do Reno. No século VI, a peste devastou a bacia do Mediterrâneo,
mas foi somente em meados do século XIV que uma epidemia se instalou nas
porções setentrionais da Europa.
A Peste Negra, nascida na
Mongólia e Norte da China, atingiu duramente a Europa por longos períodos na
Idade Média. Nos séculos XIV e XVIII não houve praga que cobrasse tributo mais
elevado em vidas humanas. Entre 1345 e 1720, ocorreram nada menos de dez pandemias
de peste, matando muitos milhões de pessoas.
Para a Epidemiologia,
pandemia refere-se à ocorrência
epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, atingindo várias
nações ou mesmo continentes. Nesse sentido, considerando as condições
demográficas e territoriais de épocas passadas, todas as pragas acima arroladas
podem ser interpretadas como pandemias.
Em
tempos recentes, a última pandemia que assolou a humanidade foi a gripe de 1918,
ceifando mais vítimas do que a Grande Guerra de 1914-18. No final do ano
pretérito, surgiu o novo coronavírus que, a reboque dos grandes fluxos de
pessoas e mercadorias, disseminou-se, celeremente, por muitos países, sem
respeitar limites, divisas ou fronteiras, causando a pandemia por Covid-19.
Espera-se
que, com a graça de Deus, a inovação tecnológica e os serviços de saúde logrem
debelar tão temível mazela
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor de Saúde Pública e membro do Grupo de
Trabalho de Enfrentamento à Covid da Uece
* Publicado In: O Povo, de 5 de junho de 2020. Opinião, p.21.
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