quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Depois de flagra, vereadores passam por teste de bafômetro na Paraíba


Cidade no sertão da Paraíba compra kit para medir álcool no sangue dos parlamentares antes das sessões
Paraíba - Depois de flagrar colegas de trabalho bêbados, o presidente da Câmara Municipal de Piancó, Pedro Aureliano da Silva (PMDB), teve uma ideia inusitada: obrigar os vereadores a fazer o teste do bafômetro antes das sessões parlamentares. A medida tem por objetivo pôr fim as brigas ríspidas entre os vereadores que, segundo o presidente da Câmara, são causadas em sua maioria pelo consumo de bebidas alcoólicas. 
A compra do bafômetro causou polêmica em Piancó, que fica a cerca de 400 quilômetros de João Pessoa, no sertão da Paraíba. A Câmara gastou R$ 1.605 com a compra do kit para o teste do bafômetro, que inclui 100 refis. A assessoria jurídica da Mesa Diretora da Câmara vai elaborar regras para o uso do teste de alcoolemia.
Para justificar o uso do bafômetro, Pedro Aureliano contou que uma garrafa de uísque caiu do bolso do paletó de um vereador durante uma discussão. “Em uma determinada sessão, os vereadores tiveram uma discussão ríspida em plenário e um litro de uísque caiu do bolso do paletó de um parlamentar, o que é inaceitável”, disse o presidente da Câmara.
O vereador Antônio Azevedo Xavier (PTN) disse que “por recomendação médica” consome bebidas alcoólicas diariamente. Afirmou ainda que não é o único parlamentar de Piancó que faz isso. “Todos os parlamentares aqui bebem. Eu mesmo tomo cinco ou seis doses de uísque por dia, mas por recomendação do meu cardiologista”, afirmou Xavier. Ele observou que consome bebidas somente pela manhã e que as sessões ocorrem à noite.
Na tentativa de moralizar a Câmara de Piancó, o presidente Pedro Aureliano disse que pretende tomar outras medidas para coibir casos de mau comportamento entre os vereadores. “Nas esquinas , soube que o povo também chamava (a Câmara de Vereadores) de ‘canil’ em virtude das brigas semelhantes às de cachorros. Se eu não tomasse medidas moralizadoras, a casa iria fechar”, afirmou. Pedro Aureliano informou que, se os vereadores se comportarem e participarem sóbrios das sessões, o bafômetro será doado à PM.
O bafômetro custou R$ 1.605e foi comprado em outubro de 2015.
Fonte: Jornal O Dia. De 6/2/16.

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