Com o sugestivo título "Beco sem saída", o jornalista
Eliomar de Lima, em sua conceituada coluna, publicada em O POVO, de 16/10/18,
noticiou que "moradores de condomínio, lojistas e clientes de pontos no
entorno da obra do VLT ficaram sem retorno para o acesso a essa via. O mais
próximo fica a 1,5 km, perto da avenida Santana Júnior. Cobram solução da engenharia
do trânsito.".
Essa nota vem ao encontro do clamor de muitos cidadãos que
circulam nas imediações da confluência das avenidas Pontes Vieira e Virgílio
Távora, no Dionísio Torres, mercê da desconsideração de gestores municipais,
que não atentam direito de mobilidade.
Com o prolongamento da av. Virgílio Távora à av. Pontes Vieira
tornou-se uma via de intenso tráfego. Aberturas para conversão existentes no
canteiro central foram obliteradas, obrigando aos que se dirigiam ao Centro e
bairros adjacentes a se fazer um retorno entre 200m a 300m, a partir dessa
extensão, a atual av. Dr. Edmilson Barros de Oliveira.
Assim, há alguns poucos anos, os motoristas que precisassem
passar do lado par (para o ímpar da av. Pontes Vieira tinham quatro opções. Uma
à direita, entrando por uma colateral da Via Expressa, e ingressando na rua
Vicente Leite, cruzando os trilhos, e se conectando à av. Pontes Vieira. As
outras eram três conversões permitidas no curso da av. Dr. Edmilson Barros de
Oliveira.
Com o andamento das obras do VLT, primeiro, fecharam o acesso
pela rua Vicente Leite, e, em seguida, impediram qualquer retorno pelo canteiro
central das duas primeiras conversões mais próximas ao viaduto e, por fim,
colocaram uma placa de conversão proibida na terceira.
Essas descabidas medidas trouxeram inegáveis prejuízos, tanto
aos moradores da área como aos que trabalham ou necessitam de serviços do
Hospital São Carlos e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Os malefícios são de ordem econômica, com maiores gastos em
combustíveis, e imateriais, com a perda de tempo no trânsito, impactando na
qualidade de vida do cidadão, tão onerado pelos tributos municipais e
igualmente despojado do cuidado público.
Diante do exposto, apela-se para a sensibilidade dos gestores
municipais, e reclama-se a pronta reabertura de, pelo menos, uma das conversões
em foco.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e economista
* Publicado In: O Povo. Fortaleza, 8 de janeiro de 2018. Caderno
A (Opinião). p.24.
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