Por Raquel Mattos (*)
O câncer de mama foi e continua sendo um assunto relevante
de saúde pública. É a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior
parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas mundiais, foram estimados
2,1 milhões de casos novos de câncer e 627 mil óbitos pela doença. No Brasil,
as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700
casos novos, destes, 1.410 serão em Fortaleza. É o tipo de câncer que mais
acomete as mulheres brasileiras, excetuando-se os tumores de pele não melanoma,
e, também, o que mais mata. Acredita-se que fatores relacionados ao conhecimento
da doença e às dificuldades de acesso das mulheres aos métodos diagnósticos e
ao tratamento adequado e oportuno, resultam na chegada das pacientes em
estágios mais avançados. Isso acaba piorando o prognóstico da doença e, dessa
forma, a sobrevida delas.
Nesse cenário, o planejamento de
estratégias de controle do câncer de mama por meio da detecção precoce é
fundamental. Toda alteração suspeita de câncer nas mamas, identificada numa
mamografia de rotina ou percebida pela mulher ou pelo médico durante um exame
clínico, necessita ser investigada. O acompanhamento pode ser feito com a
realização de outros exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância
magnética e com a análise histopatológica da lesão suspeita, procedimento
padrão para confirmar o diagnóstico de câncer.
A mamografia é o método prescrito
para rastreamento na rotina da atenção integral à saúde da mulher, ela é
recomendada para as mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. O tratamento
varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas,
bem como as condições da paciente. Em pacientes jovens que ainda não possuem
prole definida, é importante discutir possíveis questões sobre fertilidade e
orientar sobre opções de manutenção da fertilidade antes do início da terapia.
Este ano, a campanha do Outubro
Rosa tem como tema "Câncer de mama: juntos, sem medo." Tem como
principal objetivo fortalecer as recomendações de rastreamento e diagnóstico
precoce do câncer de mama. Vamos, portanto, falar sobre o assunto e incentivar
nossas mulheres a se cuidarem.
(*) Médica ginecologista e
obstetra.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/10/2019. Opinião.
p.18.
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