Por
Hermano Carvalho (*)
A criação da Escola de Gestão Inteligente e
Democrática de Cidades resulta de pesquisas realizadas por estudiosos da Pós-graduação
em Administração da Uece, a partir de 2002, em parceria com o Instituto
Desenvolvimento, Estratégia e Conhecimento (Idesco), ICT vinculada à Uece.
O esforço acadêmico demonstrou que a
solução para o desenvolvimento urbano está menos na transformação em cidade
inteligente e mais na implantação de um modelo que possibilite a interação do
poder público com seus cidadãos. Modelo a ser construído como a chave da
cocriação de soluções, que podem ser intensivas em tecnologia, mas que
respeitem e atendam às reais necessidades dos usuários finais. Esta ideia
atende, inclusive, ao que determina o Estatuto da Cidade.
Os pressupostos revelam muito do que já se
discutiu sobre a participação dos cidadãos na gestão urbana, com alternativas
como o Orçamento Participativo e o Plano Diretor Participativo. Soluções que
além de episódicas, enquadram a participação cidadã em metodologias típicas das
organizações fechadas, reduzindo a imensidão dos desafios a um contexto
eminentemente técnico, que não comporta a grande assimetria de um organismo
vivo e mutante como a cidade.
Para facilitar o mapeamento das
compreensões da cidade, pode-se recorrer a ferramentas que não eram
disponíveis, até há pouco, como as Plataformas tecnológicas. Pensar nessas
ferramentas apenas como infraestruturas de maior ou menor acesso ou automação
de serviços é perder a oportunidade de tornar a cidade mais administrável.
Daí se consolidou o Entender, Estimular,
Interagir, Compartilhar e Observar (EEICO), modelo base para criação da
Plataforma Eletrônica VIU, solução voltada para a gestão de cidades, cujo
objetivo é fornecer informações que subsidiem as decisões dos gestores.
Dessa forma, a escola consegue repassar conhecimentos
para servidores e gestores públicos, internalizando uma nova ordem científica e
prática de inovação para os gestores das cidades e apoiando a adoção de uma
nova tecnologia: a Gestão Inteligente de Cidades (GIC).
(*) Professor da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 12/05/25. Opinião. p.20.
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