domingo, 29 de junho de 2025

JEAN CRISPIM RIBEIRO: reforço da Turma Dr. José Carlos Ribeiro na Academia Cearense de Medicina

Francisco Jean Crispim Ribeiro nasceu em Fortaleza-Ceará, em 22 de agosto de 1953, sendo o primogênito e único homem dos quatro filhos do casal Francisco Ribeiro Lima e Isabel Crispim Ribeiro.

Aos cinco anos de idade, começou seus estudos no então Ginásio 7 de Setembro, dirigido pelo notável educador Edilson Brasil Soárez, cursando do Jardim de Infância até concluir o curso Primário. Prestou exame para o Colégio Militar de Fortaleza (CMF), sendo aprovado em 1965. No CMF fez o ginásio e até o segundo ano científico, transferindo-se para o Colégio Cearense Sagrado Coração, dos Irmãos Maristas, onde concluiu o último ano do científico em 1971.

A razão dessa transferência foi a sua decisão de desistir da carreira militar por se sentir vocacionado para ser médico, e, para tanto, tornava-se necessário buscar o aprendizado em uma instituição educacional que preparava candidatos para concorrer, em condição potencial de aproveitamento, ao disputado exame vestibular da Universidade Federal do Ceará (UFC), no qual o acesso às vagas em Medicina era particularmente muito difícil, tanto pelo tamanho como pela alta qualidade da sua concorrência.

Além de certificar a conclusão do Científico, o curso era direcionado aos vestibulares para ingresso ao ensino superior, e firmava uma saudável concorrência com os “Cursinhos” pré-vestibulares existentes na praça de Fortaleza. Jean Crispim, como reconhecimento dos seus méritos, obteve bolsa de estudo integral que lhe foi ofertada pelo Prof. Plinio de Sá Leitão, um dos diretores do “Cursinho” do Cearense e grande cultor do vernáculo.

O “Cursinho” do Cearense, assim chamado, era considerado, nos anos setenta, o mais exitoso dos cursos preparatórios ao Vestibular sediados em Fortaleza. Em 1971, possuía duas salas reservadas a candidatos da Medicina, e dada à formação auferida no CMF, ele ficou na turma M1, a de maior nível de conhecimento e de rendimento em aprendizagem.

Paralelamente, ao tempo da sua formação escolar, Jean Crispim cursou o Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU) até o nível T4, obtendo assim um bom domínio da língua inglesa.

Em janeiro de 1972, com a intenção de cursar Medicina, prestou vestibular para a área de Ciências da UFC, logrando 186 pontos em 270 possíveis, tendo sido aprovado em ótima classificação, que o permitia optar por quaisquer dos cursos dessa área, e o possibilitando preencher a sonhada matrícula na graduação de sua vocação – a Medicina, conquista usualmente festejada mais por seus familiares, e, naturalmente, por ele próprio.

Essa vitória, contudo, poderia ser ilusória, pois a escolha baseada na ordem do resultado do vestibular era apenas um indicativo de opção inicial, cabendo a definição efetiva do curso ao rendimento final dos alunos durante o Ciclo Básico. A inditosa e malfadada experiência da UFC ensejara a criação de um clima de competição permanente entre os universitários e a formação de certas “associações” espúrias, desde que os componentes não se vissem como concorrentes.

Jean Crispim iniciou, em março de 1972, o Ciclo Básico, recém-criado pela Reforma Universitária (da qual sua turma foi cobaia). Foi um tempo difícil, pois precisou garantir a vaga conquistada no vestibular de 1972.1, para o curso de Medicina novamente, o que foi conseguido com muito empenho e estudos ao longo do semestre letivo.

Além das disciplinas da grade curricular da graduação, ele procurou realizar estágios e outras atividades que considerava relevantes para a formação médica. De saída, no terceiro ano do curso, entrou no Projeto Acadêmico Pacatuba, uma atividade de extensão universitária do Departamento de Saúde Comunitária, no qual por dois anos coordenou o setor de vacinação; no quarto ano da graduação, foi durante um ano monitor voluntário de Patologia, junto ao Departamento de Patologia e Medicina Legal.

Como a UFC não possuía serviços de urgência e emergência, buscou superar essa carência, cumprindo estágio no Instituto Dr. José Frota, durante os 4º e 5º anos de Medicina, na equipe “H”, chefiada pelo Dr. Gilberto Sobral, em escala de plantões aos domingos.

Foi de especial relevância para a sua formação médica o estágio no Serviço de Coloproctologia da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, a partir do 4º ano de Medicina até o final do curso. Dessa vivência com o Prof. Pedro Henrique Saraiva Leão, sentiu-se motivado a exercer a cirurgia como futuro campo de trabalho.

Optou por fazer o Internato no Hospital Geral de Fortaleza, por ser um hospital mais moderno e dotado de bons serviços de várias especialidades cirúrgicas, tocado por um corpo clínico da melhor qualidade técnica daquela época na capital cearense.

Jean Crispim, ao término da graduação em 23/12/1977, fora bem-sucedido no processo seletivo que permitiu realizar a sua Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) da UFC, tendo prosseguido seus estudos e treinamento com vistas a exercer a coloproctologia, especialidade que abraçou com afinco e nela vem se destacando entre os de maior talento, condição reconhecida entre colegas e usuários, mercê de seus inegáveis méritos pessoais.

Mesmo tendo chegado à idade em que muitos se “acomodam”, em parte por decorrência das obrigações provedoras e dos encargos de educação familiar, Jean Crispim não titubeou ao enfrentar o desafio de voltar aos bancos escolares para perseguir a obtenção do diploma de mestrado, título aliás que não lhe conferiria qualquer vantagem pecuniária e também não era motivado pela busca de “status” ou mero sentimento de vaidade, dado que fora emulado pelo desejo maior de aprender e de melhor compreender a Arte Médica.

Nesse tocante, com quase 20 anos de formado, foi admitido no Mestrado de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC, concluído com a dissertação “Análise da resposta inflamatória comparando os fios poligliconato e polipropileno em anastomose de cólon de ratos”, elaborada sob a orientação do Prof. Dr. Francisco Sérgio Pinheiro Regadas, defendida em 1998.

É autor dos seguintes capítulos de livros: Cap. 63.3 – Opções Técnicas no Tratamento Cirúrgico da Doença diverticular. In: Tratado de Coloproctologia; Cap. 32 – Doença Diverticular. In: Gastroenterologia e Hepatologia; e Cap. 30 – Hemorragia Digestiva Baixa. In: Fundamentos da Cirurgia Digestiva.

A sua atividade profissional foi quase totalmente exercida no HUWC da UFC, no qual foi cirurgião da emergência, depois médico assistente do Serviço de Coloproctologia e preceptor da Residência Médica dessa especialidade. Também cumpriu a função de cirurgião de urgência no Instituto Dr. José Frota por cerca de 18 anos, cargo que renunciou para dispor de mais tempo de dedicação ao HUWC, do qual já se encontra aposentado, após 38 anos de serviço, tendo sido homenageado pelo Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC em 2006.

Dr. Jean Crispim é membro titular das seguintes associações médicas: Sociedade Brasileira de Coloproctologia; Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Sociedade Cearense de Coloproctologia – foi Presidente desta associação na gestão de 1983-1987; e Sociedade Cearense de Cirurgia. Participou como membro fundador da Regional Norte-Nordeste de Coloproctologia, criada no Congresso Brasileira de Coloproctologia em Fortaleza em 1982o Foi membro do Conselho Consultivo da Unimed Ceará.

Hoje, decorrido quase meio século de graduado, o Dr. Jean Crispim ainda exerce a vida profissional apenas na clínica privada, atendendo pacientes particulares e de convênios, tendo, ao seu lado, jovens cirurgiões que o introduziram na cirurgia videolaparoscópica e robótica.

Do seu enlace matrimonial com a engenheira civil Maria José Lopes Ribeiro, foram gerados os filhos: Lucas Lopes Ribeiro (psicólogo e músico), Lívia Ribeiro Duncan (psiquiatra em São Paulo) e Lise Lopes de Miranda (pediatra e professora da Unifor). O casal foi enriquecido pela chegada das três queridas netas Marias (Lúcia, Duncan e Teresa).

O harmonioso casal Jean & Mazé cultiva bens e valores espirituais, tendo participação regular em eventos conduzidos na comunidade carismática católica e na Sociedade Médica São Lucas.

O Acad. Francisco Jean Crispim Ribeiro foi empossado na Academia Cearense de Medicina (ACM), em 22/03/2024, na Cadeira 4, patroneada por médico Manuel do Nascimento Fernandes Távora, e por último ocupada pelo Acad.  José Eduardo de Carvalho Gonçalves, prematuramente falecido em 8/06/2023, sendo recepcionado, na ocasião, pelo confrade César Silva Pontes.

Com a admissão do confrade Jean Crispim, a ACM passa a contar com sete concludentes da valorosa Turma Dr. José Carlos Ribeiro, dos médicos formados pela UFC em dezembro de 1977, ratificando a forte presença de colegas oriundos de uma mesma coorte médica.

Cons. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cad. 18

* Publicado In: Jornal do médico digital, 21(192): 13-17, junho de 2025. (Revista Médica Independente do Ceará).


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