Por Sofia Lerche Vieira (*)
Manchete recente deste jornal foi: motivo
de alegria para o Ceará: "24.403 alunos da rede pública ingressaram no
ensino superior em 2024" (O POVO, 30/4/2025).
Para além do sucesso individual de cada
jovem que alcançou esta aspiração, vale registrar a associação de tal fato
à melhoria da educação em nosso estado, construção iniciada há algumas décadas.
Se a Constituição assegura que a educação é
"direito de todos e dever do Estado e da família" (art. 205), apenas
a educação básica é "obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade" (art. 208, I).
O "acesso aos níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da criação artística" varia "segundo a
capacidade de cada um" (art. 208, V). Noutras palavras, o ensino superior
ainda não é um direito constitucional de todos.
Embora o Brasil tenha uma rede de educação
superior com grande capilaridade, a distribuição desta oferta ainda é desigual
em virtude de vários condicionantes históricos e correntes.
Hoje o Ceará, conta com uma rede pública de
ensino superior robusta composta por universidades federais e estaduais
distribuídas por todo nosso território.
A expansão da Universidade Aberta do Brasil
(UAB), modalidade de educação superior à distância, viabilizará a ampliação
significativa deste nível de ensino no Estado.
Em todo o mundo, o acesso à universidade
costuma ser um sonho compartilhado pela juventude. Completada a escolaridade
obrigatória, a maioria dos egressos tem expectativas de ascender ao ensino
superior, embora nem sempre esta possibilidade esteja dada para todos, por
razões individuais e de políticas públicas de educação.
A trajetória da educação cearense nas
últimas décadas representa um passo significativo na construção das
expectativas dos jovens.
Se, no passado, a educação superior era um
sonho distante, hoje este se materializa em possibilidades concretas. A
expansão da escolaridade para amplas camadas da população é um passo decisivo
para um desenvolvimento pautado pela inovação e melhoria da qualidade de vida
da população cearense. Viva!
(*) Professora do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 19/05/25. Opinião. p.18.
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