quinta-feira, 21 de agosto de 2025

O CONSIGNADO E A EDUCAÇÃO FINANCEIRA!

Por Lauro Chaves Neto (*)

O crédito consignado deve ser encarado como uma alternativa de captação com taxas menores que as praticadas no mercado e com o grande cuidado de planejamento para que o comprometimento da renda futura não seja um problema ainda maior que o endividamento atual.

Nenhuma família conseguirá prosperidade com endividamento crescente e gastando mais do que arrecada continuamente e por longos períodos. Quase um terço dos brasileiros que possuem carteira assinada ou são aposentados tem empréstimo consignado, entre os funcionários públicos são 48%!

Segundo dados da plataforma consumidor.gov, do Ministério da Justiça, as reclamações sobre empréstimos com desconto em folha cresceram 91,2% entre janeiro a maio de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado.

Já em relação ao crédito consignado, o portal de defesa do consumidor registrou 50.563 queixas no acumulado deste ano, o maior valor da série histórica do portal, que se inicia em 2014. O montante supera inclusive 2021, quando a margem consignável para aposentados subiu a 40%.

O empréstimo consignado com desconto em folha de pagamento já era previsto na Lei 10.820/2003. Agora, em março de 2025, passou a incluir empregados domésticos, rurais e assalariados de Microempreendedores Individuais (MEIs). A contratação será feita diretamente pela CTPS Digital, com a opção de garantia do FGTS.

Seria fundamental que fossem implantadas iniciativas de educação financeira para todos que acessassem o crédito pelo consignado, elevando as chances de um melhor uso dos recursos captados e o planejamento para o período de amortização, normalmente longos, quando uma significativa parcela da renda fica comprometida com as prestações.

O primeiro passo é elaborar a relação completa de todas as receitas, despesas, dívidas, aplicações e patrimônio da família. O Fluxo de Caixa familiar normalmente apresenta oscilações ao longo do ano. Em cada período do ano existem fatores específicos que provocam muitas destas oscilações, sem falar nos "imprevistos" que são constantes.

A educação financeira é fundamental para a prosperidade das famílias!

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 21/07/25. Opinião. p.18.

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