Por Lauro Chaves Neto (*)
O crédito
consignado deve ser encarado como uma alternativa de captação com taxas menores
que as praticadas no mercado e com o grande cuidado de planejamento para que o
comprometimento da renda futura não seja um problema ainda maior que o
endividamento atual.
Nenhuma família
conseguirá prosperidade com endividamento crescente e gastando mais do que
arrecada continuamente e por longos períodos. Quase um terço dos brasileiros
que possuem carteira assinada ou são aposentados tem empréstimo consignado, entre
os funcionários públicos são 48%!
Segundo dados da
plataforma consumidor.gov, do Ministério da Justiça, as reclamações sobre
empréstimos com desconto em folha cresceram 91,2% entre janeiro a maio de 2025
em relação ao mesmo período do ano passado.
Já em relação ao
crédito consignado, o portal de defesa do consumidor registrou 50.563 queixas
no acumulado deste ano, o maior valor da série histórica do portal, que se
inicia em 2014. O montante supera inclusive 2021, quando a margem consignável
para aposentados subiu a 40%.
O empréstimo
consignado com desconto em folha de pagamento já era previsto na Lei
10.820/2003. Agora, em março de 2025, passou a incluir empregados domésticos,
rurais e assalariados de Microempreendedores Individuais (MEIs). A contratação
será feita diretamente pela CTPS Digital, com a opção de garantia do FGTS.
Seria fundamental
que fossem implantadas iniciativas de educação financeira para todos que
acessassem o crédito pelo consignado, elevando as chances de um melhor uso dos
recursos captados e o planejamento para o período de amortização, normalmente
longos, quando uma significativa parcela da renda fica comprometida com as
prestações.
O primeiro passo
é elaborar a relação completa de todas as receitas, despesas, dívidas,
aplicações e patrimônio da família. O Fluxo de Caixa familiar normalmente
apresenta oscilações ao longo do ano. Em cada período do ano existem fatores
específicos que provocam muitas destas oscilações, sem falar nos
"imprevistos" que são constantes.
A educação
financeira é fundamental para a prosperidade das famílias!
(*)
Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de
Economia.
Fonte: O Povo, de 21/07/25. Opinião. p.18.
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