Por Pe.
Reginaldo
Manzotti (*)
O mês de agosto é especialmente dedicado
às vocações, uma chance para aprofundarmos nossa reflexão sobre o propósito da
nossa existência e o que Deus espera de nós. Toda vocação é um dom e um
compromisso, um presente que deve ser vivido com generosidade.
Desde muito jovens desejamos entender
nosso papel na vida. Há um chamado profundo que ressoa dentro do coração. Esse
chamado - a vocação - é como um convite especial que Deus faz a cada um de nós.
Ele nos dá sinais, oportunidades e desafios que nos ajudam a discernir qual é a
missão que devemos abraçar. Deus, como um guia amoroso, nos convida a
escolher um caminho, seja na vocação sacerdotal, matrimonial, religiosa ou
laical. Cada uma dessas vocações é uma resposta ao Seu chamado, um modo de
viver e expressar Seu amor na terra.
Quando Jesus subiu aos céus na Ascensão,
confiou aos seus discípulos a missão de continuar Sua obra, dizendo: "Ide pelo mundo
inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16,15). Esse envio nos lembra
que toda vocação tem um caráter missionário - seja na vida sacerdotal, na
família, na consagração religiosa ou no testemunho laical. Somos chamados a ser
mensageiros da esperança, levando a Palavra de Deus e tornando presente Seu
amor no mundo.
A Ascensão de Jesus marca um momento de
transição. Os discípulos, que antes tinham o Mestre fisicamente ao lado deles,
agora precisavam viver sua fé de maneira mais madura. Eles receberam a promessa
do Espírito Santo e foram convidados a confiar na providência divina. Como nos
diz Atos dos Apóstolos: "E, depois de dizer isso, foi elevado às alturas à vista deles, e
uma nuvem o encobriu, de forma que não podiam mais vê-lo" (At 1,9).
Assim, cada vocação também é um ato de confiança, um passo que damos sem saber
exatamente todos os detalhes do que virá, mas acreditando que Deus, pela ação
do Espírito, nos conduz.
E quem melhor para nos inspirar nessa
caminhada do que Nossa Senhora? Desde o "sim" que deu ao anjo
Gabriel, ela trilhou um caminho de fé, confiança e entrega total. Maria nos
ensina a servir, a obedecer e a confiar plenamente em Deus.
Quando celebramos sua Assunção, vemos o
fruto de sua vocação vivida com plenitude: Maria foi elevada ao céu, acolhida
por Deus como a Mãe do Salvador. Seu exemplo nos ensina que viver a vocação com
amor e fidelidade nos aproxima da eternidade. A missão de Nossa Senhora não
terminou na terra; ao contrário, sua Assunção revela que aqueles que seguem
fielmente o caminho da fé têm como destino a comunhão plena com Deus.
Cada vocação é uma forma de colaborar
com o plano de Deus no mundo. O sacerdote, através do ministério e dos
sacramentos, fortalece a Igreja. O matrimônio é um testemunho de amor e
entrega, uma vocação vivida no dia a dia da família. Os religiosos consagrados
dedicam-se inteiramente a Deus, vivendo sua missão com radicalidade. Os leigos,
com sua presença e testemunho no mundo, constroem um ambiente onde o Reino de
Deus pode florescer.
Seja qual for a vocação que Deus colocou
em seu coração, lembre-se: Ele sempre caminha ao seu lado! Então, ajuste sua
rota, levante a cabeça e siga com confiança - afinal, há um lugar preparado
para você no Céu! Como nos lembra Jesus: "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se
não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar" (Jo 14,2).
O mês vocacional é um tempo para
refletir, rezar e agradecer a Deus pelo chamado que recebemos. Que possamos
viver este tempo com alegria e disposição.
Que Jesus das Santas Chagas e Nossa
Senhora guiem nossos passos, fortaleçam nossa missão e nos conduzam ao abraço
amoroso do Pai!
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 9/08/2025. Opinião. p.20.
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