Por Cláudia Leitão (*)
Em 2008, fruto do XX Forum criado pelo
Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE) e liderado por João Paulo dos Reis
Velloso, foi publicado pela Editora José Olympio um livro denominado "O
Brasil e a Economia Criativa: um novo mundo nos trópicos". A publicação
apresenta estudos e reflexões de grandes nomes do pensamento econômico e
político brasileiro, tais como Guido Mantega, Aloizio Mercadante e Marcio
Pochmann, organizados a partir de seis temas: Para onde vai o Brasil?: a Visão
do Governo; Estratégia da Economia Criativa; a Consolidação das Bases
Macroeconômicas; O Brasil e suas Empresas Globais; Universalizando a Inovação
nas Empresas Brasileiras e o Índice de Desenvolvimento Social.
O texto de abertura é do próprio Reis
Velloso, cujo título sugestivo "Eu tive um sonho" convoca o Brasil, a
"deixar de ser o país das oportunidades perdidas para assumir seu lugar de
liderança, sobretudo, junto aos Bric's, através da Economia Criativa". O
ex-ministro do Planejamento adverte que "a verdadeira revolução brasileira
está na integração de desenvolvimento e democracia", enfatizando a
importância estratégica da construção de instituições políticas fortes
(Congresso e partidos políticos) para que se possa evitar a multiplicação dos
"circos de horrores", ou seja, dos escândalos de corrupção,
fisiologismos, autoritarismos, entre outras mazelas da nossa República.
O texto seguinte - "Para onde vai o
Brasil?" é da autoria do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
sua atualidade é impressionante. Nele estão enumerados os grandes desafios do
Brasil e assinalada a necessidade da presença do Estado para garantir a
proteção do meio-ambiente, os avanços da ciência & tecnologia, o
enfrentamento da pobreza, da desigualdade e da violência, a urbanização de
territórios vulneráveis, enfim, a educação como ativo maior da inclusão social
e produtiva dos brasileiros. Em 2025, no terceiro Governo Lula, o Brasil acaba
de assumir a presidência dos Bric's enquanto, no Ministério da Cultura foi
(re)criada a Secretaria da Economia Criativa. O sonho "de um novo mundo
nos trópicos" continua a nos instigar.
(*) Cientista Social. Professora da Uece. Diretora do Centro
Internacional Celso Furtado para o Desenvolvimento.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 8/07/25. Opinião. p.18.
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