Por Gabriel Ben-Tasgal (*)
Os artigos sobre Israel de Fernando Castelo
Branco representam um exercício perigoso de manipulação, seja por ignorância ou
por malícia - ambas gravíssimas em um jornalista. Ele cita tratados
internacionais sem compreender seu conteúdo e julga Israel com um duplo padrão
incompatível com o direito internacional.
Israel, como toda democracia moderna, tem o
direito e o dever de defender sua população. As acusações de
"genocídio" ou "apartheid" não resistem à menor análise
jurídica. A Convenção sobre Genocídio exige a "intenção de destruir, total
ou parcialmente, um grupo étnico", algo incompatível com a política de
Israel - país que possui os meios para cometer um genocídio, mas que no campo
de batalha mantém uma proporção de 1:1 (número elogiado por especialistas em
guerra e criticado por jornalistas que recebem dados "confiáveis" do
jihadista Hamas).
Assim como o nazismo demonizou o judeu como
subumano antes de exterminá-lo, hoje se demoniza o judeu coletivo - Israel -
por meio de rótulos falsos como “Estado genocida” ou “apartheid”. Essa técnica
foi descrita por Ernst Gombrich como o uso de um "mito paranoico"
para justificar a violência. O antissemitismo moderno se disfarça sob
"críticas a Israel" com obsessão, demonização e duplo padrão. O texto
do jornalista não apenas se encaixa nesse padrão, como o exemplifica.
O jornalista em questão aplica, consciente
ou não, várias das táticas descritas para fomentar a destruição de Israel.
Utiliza manipulação dialética, invertendo os papéis de vítima e agressor; acusa
Israel de genocídio e apartheid, numa manipulação narrativa baseada em mentiras
repetidas. Propõe boicote e marginalização internacional do Estado judeu,
alinhando-se ao movimento BDS, que visa sua extinção sob pretextos
humanitários. E recorre a uma vergonhosa manipulação jurídica, distorcendo
tratados internacionais para julgar Israel tendenciosamente. Depois, com
hipocrisia, se ofende ao ser chamado de antissemita. O padrão é claro e
sistemático.
Quem demoniza Israel de forma obsessiva,
geralmente não o faz por amor aos direitos humanos, mas por judeofobia. E quem
repete essas narrativas sem verificação, torna-se - por ignorância ou ideologia
- cúmplice dessa antiga forma de ódio.
(*) Presidente Jornalista,
escritor e analista do Oriente Médio.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/07/25. Opinião, p.18.
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