Por Marcelo Cavalcante (*)
Estamos
iniciando mais um ano, momento oportuno para fazermos reflexões e planejarmos
os próximos 365 dias. Janeiro também é conhecido como Janeiro Branco, um mês dedicado para avaliarmos nossa saúde mental. Além de propiciar
melhor qualidade de vida, cuidar de nossa mente é o ponto de partida para
qualquer projeto vitorioso.
No último mês
de dezembro, a pandemia da Covid-19 completou três anos de seu primeiro
caso. Confinamento, distanciamento social, trabalho domiciliar e suspensão das
atividades escolares das crianças foram intervenções necessárias para evitar o
rápido avanço da doença e reduzir o número de óbitos.
Além das
sequelas físicas, conhecida como síndrome pós-Covid-19, as sequelas mentais são as mais preocupantes. Os estudos científicos começam a
confirmar o que já estávamos testemunhando no nosso dia a dia: um aumento
assustador no número de casos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático
e dificuldades de aprendizado nas crianças.
A mudança na
rotina das famílias contribuiu fortemente para a deterioração da saúde mental
de seus integrantes. Durante a pandemia, foi observado aumento na violência
contra a mulher e crescimento do número de divórcios e de brigas entre
parentes, impactando, direta e indiretamente, na saúde mental de várias pessoas
em um único ambiente familiar. Os danos para as famílias brasileiras foram além, com considerável redução do
número de nascimentos durante o ano de 2021, estatística que também alcançou
vários países da Europa e do mundo. O IBGE estimou que no Brasil, em 2020/2021,
300 mil bebês deixaram de nascer devido ao adiamento pelos casais, em virtude
dos riscos da pandemia.
Felizmente,
alguns indicadores começam a revelar uma recuperação da estrutura familiar. Em
2022, houve um crescimento importante do número de casais que desejam e buscam
ajuda para engravidar. Além disso, algumas regiões dos Estados Unidos e Europa
observaram um crescimento do número de nascimentos no ano de 2022.
Diante desse
cenário positivo, é chegada a hora de zelar por nossa saúde mental e de nossa
família. Afinal, a vida pede equilíbrio.
(*) Médico especialista em Reprodução
Humana.
Fonte: Publicado In:
O Povo, de 27/01/2023. Opinião. p.18.
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